Documentos provam que Nobel da Paz foi espião comunista

Lech Walesa foi informante dos serviços secretos entre 1970 e 1976

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O diretor do Instituto da Memória Nacional da Polônia, Lukasz Kaminski, afirmou nesta quinta-feira (18) que os documentos apreendidos com a família do último ministro de Interior do regime comunista, Czeslaw Kiszczak, confirmam que o prêmio Nobel da Paz Lech Walesa foi espião da polícia do regime nos anos 70.

No entanto o prêmio Nobel da Paz e ex-presidente polonê negou a veracidade dos documentos. "Não pode haver nenhum documento de que eu seja responsável, e se houvesse, então não duvidaria de falsificações", disse o histórico líder.

Lech Walesa, que está na Venezuela para apoiar a família do opositor venezuelano preso Leopoldo López, afirmou que se for necessário provará na justiça que estes documentos não são verdadeiros.

Kaminski afirmou que os relatórios em poder de Kiszczak são autênticos e mostram que Lech Walesa foi informante dos serviços secretos poloneses (SB) entre 1970 e 1976 sob o pseudônimo de "Bolek", em troca de dinheiro.

O diretor do Instituto da Memória Nacional (IPN), uma instituição pública encarregada de investigar os crimes cometidos durante o período de ocupação nazista e no regime comunista, disse que entre os documentos disponíveis está a assinatura de Lech Walesa como "Bolek", além da confirmação de um pagamento.

Walesa, herói da luta contra o comunismo na Polônia, admitiu no passado que assinou, segundo ele sob pressão, um compromisso para se transformar em informante dos serviços secretos, mas insistiu que nunca atuou como tal nem recebeu dinheiro dos SB.

Os arquivos foram divulgados depois de a viúva de Kiszczak oferecer vender ao IPN relatórios dos serviços secretos elaborados ns anos 70, explicou ontem a porta-voz do Instituto para a Memória Nacional.

Já a família de Kiszczak argumenta que o IPN ofereceu dinheiro por esses documentos após a morte de Czeslaw Kiszczak, em novembro do ano passado.

Em todo caso, a lei polonesa obriga a entregar este tipo de documento ao Instituto.

Alguns historiadores, como Piotr Gontarczyki e Slawomir Cenckiewicz, já tinham sustentado que Walesa, líder do lendário sindicato Solidariedade e ex-presidente da Polônia após a queda do comunismo, foi espião da polícia do regime.

Esses dois historiadores identificaram Walesa com "Bolek", um agente que no final da década de 1970 foi cooptado pelos serviços secretos, para quem informou durante alguns anos das atividades subversivas de seus companheiros dos estaleiros de Gdansk, no norte da Polônia.

Grande parte das evidências de que Walesa foi "Bolek" se perderam nos anos 90, com a chegada da democracia, quando o líder de Solidariedade se tornou o primeiro presidente do país após a queda do Muro.



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