“Ele não sai por covardia”, afirma corregedora sobre juiz ameaçado

Juiz que deixou processo do caso Cachoeira se reuniu com Eliana Calmon

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A corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, disse nesta quarta (20) que seria "um ato de desumanidade" manter à frente do processo do caso Cachoeira o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, da 11ª Vara Federal em Goiânia, que pediu afastamento devido às ameaças que diz ter sofrido.

Eliana Calmon se reuniu nesta quarta com o juiz na sede do CNJ, em Brasília. Segundo a corregedora, o magistrado relatou à comissão de segurança do conselho que se sentia "extenuado" após 16 meses à frente do caso.

?Ele (Moreira Lima) não sai por covardia ou medo, mas porque cansou dessa notoriedade. Juiz se sente muito agredido quando tem esse nível de exposição?, observou a corregedora.

Moreira Lima autorizou a prisão, em fevereiro, de Carlinhos Cachoeira e de supostos integrantes da organização que explorava uma rede de jogo ilegal em Goiás sob o comando do bicheiro. As prisões ocorreram durante a chamada Operação Monte Carlo, da PF.

?O juiz deu as razões, disse que se sentia cansado, extenuado, e que gostaria de sair. No nosso entendimento, deixá-lo depois que ele disse que está cansado seria um ato de desumanidade?, afirmou Eliana Calmon.

Nesta terça, o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador Mário César Ribeiro, designou o juiz federal Alderico Rocha Santos, de Goiânia, para conduzir o processo.

Antes, havia sido escolhido o juiz Leão Aparecido Alves, que recusou o caso por ser amigo de José Olímpio Queiroga Neto, suspeito de coordenar o esquema de jogos ilegais que, segundo a Polícia Federal, Cachoeira comandava.

A corregedora do CNJ revelou que Moreira Lima relatou duas supostas ameaças que teria recebido desde a deflagração da Operação Monte Carlo.

Uma foi a visita de policiais à residência de sua família, para conversar a respeito do processo da Monte Carlo, que ele já havia narrado no ofício em que pediu afastamento. Na outra, o juiz goiano teria recebido um telefonema de um carcereiro de uma penintenciária de segurança máxima, no qual o servidor teria feito referência a conversas entre presidiários a respeito do juiz. Eliana Calmon não quis dar mais detalhes sobre o relato.

Nesta quarta, o presidente da Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe), Nino Toldo, solicitou à Polícia Federal que investigue as ameaças feitas ao juiz Paulo Augusto Moreira Lima,



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