Eleição para a escolha do novo presidente do Uruguai

Votação é obrigatória para maiores de 18 anos

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Eleições no Uruguai | g1
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Os uruguaios votarão neste domingo (25) para escolher o próximo presidente do país, após um mandato do socialista Tabaré Vázquez, que deixa a Presidência com uma aprovação de 60%. Segundo as últimas pesquisas, o candidato da coalizão de partidos de esquerda Frante Ampla (FA), José "Pepe" Mojica, um guerrilheiro de 74 anos, está na frente.

 De acordo com a consultora local Factum, a FA tem 45% das intenções, seguido do direitista Partido Nacional, com 38%. Pedro Bordaberry, do também direitista Partido Colorado, alcança 9%, e o Partido Independiente tem 1%. No Uruguai, o voto é obrigatório para maiores de 18 anos, e a Constituição não permite a reeleição. O mandato do presidente é de cinco anos. Embora tenha favoritismo, Mujica enfrenta uma oposição concentrada na direita tradicional.

O antigo líder do Movimento de Liberação Nacional Tupamaros durante a década de 1960, reconhecido por sua maneira informal de falar e de se vestir, deixa inseguros alguns setores devido à aproximação a discursos mais radicais de esquerda, como os do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Para tentar equilibrar, a FA aposta em seu companheiro de chapa e candidato a vice, o moderado ex-ministro da Economia Danilo Astori.

Como forma de tranquilizar os mercados, Mujica disse há alguns dias que será Astori quem definirá a equipe econômica se vencer a eleição. O ex-presidente Luis Alberto Lacalle, que governou de 1990 a1995, lidera a principal força opositora, o Partido Nacional. "Eles são pessoas que vem de lugares totalmente diferentes, têm trajetórias políticas muito distintas. Lacalle vem de uma família tradicional da política uruguaia. Foi eleito deputado antes da ditadura, em 1971, e depois senador em 1984 e finalmente presidente da república.

Mujica foi um guerrilheiro, [...] um dos mais notáveis presos políticos da ditadura. [...] Hoje é uma das três principais figuras em termos de popularidade." Na oposição, há ainda o advogado Pedro Bordaberry, candidato do tradicional Partido Colorado. Ele é filho do ex-ditador Juan Bordaberry, preso por violações dos direitos humanos e que aguarda julgamento.

Voto pelo correio

Além da escolha do presidente, os uruguaios vão votar em dois plebiscitos: um para decidir sobre a anulação da lei de anistia a militares da ditadura e outro sobre a aplicação ou não do "voto epistolar", que permite que uruguaios votem nas eleições pelo correio. Segundo informações do jornal "El País", há 500 mil uruguaios vivendo fora do país, a maioria na Argentina.

A iniciativa do plebiscito foi impulsionada pela FA e, segundo as últimas pesquisas, 42% votariam pela aprovação. Vázquez O atual presidente do Uruguai deixa o governo com uma aprovação de 60%, com um balanço favorável nas áreas econômica, social e militar, mas com uma política externa problemática e um fracasso no campo da segurança.

O índice de pobreza caiu de 26% em 2007 a 20,5% em 2008, enquanto a indigência passou de 2% a 1,5%, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Um ato de destaque foi o Plano Ceibal, que em dois anos e meio deu a todos os estudantes e professores das escolas públicas uruguaios um computador.

"Por muito tempo se teve a ideia por parte dos partidos tradicionais de direita e centro-direito de que a esquerda não governaria bem o país, traria instabilidade econômica e o governo do presidente Vázquez mostrou o contrário. A economia está estável e ele conseguiu diminuir a desigualdade, deixando o poder com uma popularidade alta", disse Cardarello.



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