Carcereiro de Lula, “Rodrigo Hilbert da PF” declara seu voto no dia 30

“Diante da tragédia que estamos vivendo, eu declaro voto com todo vigor do meu peito”, disse Jorge Chastalo Filho

'Rodrigo Hilbert da PF' declara seu voto em Lula no dia 30 | Marlene Bergamo
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Ex-chefe do Núcleo de Operações da Polícia Federal em Curitiba e responsável pela carceragem da superintendência durante os 580 dias em que o ex-presidente Lula ficou preso por conta de processos da Lava Jato, o agente federal Jorge Chastalo Filho decidiu tornar público o seu voto em 30 de outubro: ele vai de Lula. 

Ex-carcereiro da PF declara seu voto em Lula no dia 30 Foto: Ricardo Stuckert 

Ao colunista Thiago Herdy, do Uol, o agente, que hoje atua como adido da Polícia Federal em Lima, no Peru, afirmou: "Diante da tragédia que estamos vivendo, eu declaro voto com todo vigor do meu peito". 

Chastalo ficou famoso a partir de 2017, pela sua onipresença em fotos de presos pela operação Lava Jato no momento em que chegavam ou saíam da carceragem da PF em Curitiba. Ficou conhecido também como "Rodrigo Hilbert da PF", por conta de sua semelhança física com o ator global.

Na condição de chefe da carceragem, cabia a Chastalo escalar em modelo de rodízio agentes para cuidar da vigilância na carceragem do ex-presidente, e também decidir o que era permitido e o que não era permitido na cela onde Lula cumpria parte de sua pena de prisão.

A função aproximou-o do ex-presidente, figura que agora ele diz admirar por conta de sua força política.

"A sensibilidade de sua preocupação com a pobreza, com a desigualdade social, com o bem-estar das pessoas, tudo isso se mostrou algo muito verdadeiro nele e foi algo que me marcou. Nunca o vi deprimido, na carceragem era um sujeito humilde e que sempre demonstrou gratidão e compaixão por quem estava ali com ele", diz o ex-carcereiro.

Chastalo afirma não gostar de ser encaixado em tipos ideológicos ("a gente precisa de um governo que seja competente, não importa se de esquerda ou de direita") e diz ter evitado se manifestar politicamente até aqui sobre eleições, por conta de sua condição de funcionário público diretamente envolvido em questões sensíveis, como a própria prisão do ex-presidente.

Mas ele afirma estar disposto a se "arriscar" e "arcar com as consequências disso" diante de sua indignação em relação à qualidade do atual governo, que considera "abominável".

Durante o período em que Lula esteve preso, o agente conversava com ele sobre diversos temas - família, filhos, futebol, entre outros. E também sobre política e acusações de corrupção em governos petistas, corroboradas por acordos de colaboração premiadas e devolução aos cofres do Estado de valores pagos ilegalmente a dezenas de agentes públicos.

Chastalo afirma já ter escrito o esboço de um livro de memórias sobre o período em que conviveu com o ex-presidente na carceragem da PF. Ainda não fechou contrato com editora, mas afirma já estar com decisão "encaminhada" em torno disso.



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