Sergio Moro anuncia pré-candidatura ao Senado pelo Paraná

No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou Moro parcial nos processos em que atuou como juiz federal contra Lula

Sergio Moro anuncia pré-candidatura ao Senado pelo Paraná | Reprodução-Instagram
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 MAUREN LUC

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) anunciou nesta terça-feira (12) sua intenção em concorrer a uma vaga ao Senado pelo Paraná.

O anúncio do ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro ocorre após as tentativas fracassadas de se viabilizar como pré-candidato ao Palácio do Planalto e de transferência de domicílio eleitoral para São Paulo.

"Teremos anos difíceis à frente e vamos precisar do empenho de todas lideranças fortes e éticas. O Paraná precisa de representantes fortes no Senado, que não se omitam e não sumam do cenário político", disse Moro.

"Havia a intenção de concorrer à Presidência para romper a polarização, mas seria necessária uma estrutura partidária robusta para concorrer com igualdade", completou o ex-juiz, ao justificar sua mudança de partido do Podemos para a União Brasil.

Ex-juiz Sergio Moro anuncia pré-candidatura ao Senado pelo Paraná 

Em entrevista na semana passada ao jornal Folha de S.Paulo, o ex-juiz afirmou que havia uma "tentação" para concorrer ao Senado pelo Paraná e que, se eleito, tem o plano de se tornar líder da oposição em eventual governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Espero que isso não aconteça, mas, no caso de uma vitória do ex-presidente Lula, é natural que eu me coloque na oposição para liderar uma resistência necessária a políticas públicas indesejáveis em relação ao país e também ser uma voz no Congresso em favor da integridade e do combate à corrupção", afirmou na entrevista à Folha de S.Paulo.

O principal concorrente de Moro ao Senado é seu próprio padrinho político, o já senador Álvaro Dias (Podemos), da base governista de Ratinho Júnior (PSD). Pelo mesmo partido pode concorrer Alex Canziani (PSD), que perdeu a disputa pelo Senado em 2018.

Outros pré-candidatos de peso pela oposição são o ex-deputado federal Dr Rosinha (PT) e o ex-vice-governador do Paraná Orlando Pessuti (MDB), deputado estadual por cinco mandatos consecutivos.

Na disputa ao Senado ainda estão cotados o atual deputado federal Paulo Martins (PL), que tem o apoio do presidente Bolsonaro, e a deputada federal Aline Sleutjes (Pros), além do deputado estadual Guto Silva (PP), ex-chefe da Casa Civil de Ratinho Júnior.

Os nomes ainda podem ser substituídos pelos partidos, que têm até 5 de agosto para definir as candidaturas.

Juiz da Lava Jato, Moro abandonou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, com quem se desentendeu -isso motivou seu pedido de demissão em abril de 2020.

No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou Moro parcial nos processos em que atuou como juiz federal contra o ex-presidente Lula. Com isso, foram anuladas ações dos casos tríplex, sítio de Atibaia e Instituto Lula pela Lava Jato.

Diferentes pontos levantados pela defesa do petista levaram à declaração de parcialidade, como condução coercitiva sem prévia intimação para oitiva, interceptações telefônicas do ex-presidente, familiares e advogados antes de adotadas outras medidas investigativas e divulgação de grampos.

A ida para uma cadeira no ministério de Bolsonaro também pesou na decisão, assim como os diálogos entre integrantes da Lava Jato obtidos pelo site The Intercept Brasil e publicados por outros veículos de imprensa que expuseram a proximidade entre o juiz e os procuradores da Lava Jato.

Em resumo, Moro indicou testemunha que poderia colaborar para a apuração sobre Lula, orientou a inclusão de prova contra um réu em denúncia que já havia sido oferecida pelo Ministério Público Federal, sugeriu alterar a ordem de fases da Lava Jato e antecipou ao menos uma decisão judicial.

O ex-magistrado sempre repetiu que não reconhece a autenticidade das mensagens, mas que, ainda que fossem verdadeiras, não contêm ilegalidades.



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