Empresários pedem a governo para não recuar no caso da MP dos portos

Trabalhadores portuários reivindicam mudanças na medida provisória. Empresários pediram a ministra para que MP seja mantida como está

Ministra Gleisi Hoffmam se reúne com empresários para discutir MP dos portos | Paulo H. Carvalho/Casa Civil
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, reuniu-se nesta segunda-feira (18) com representantes de empresários de vários setores que pedem que o governo mantenha da forma como está a medida provisória 595, que estabelece um novo marco regulatório para os portos brasileiros.

Na semana passada, trabalhadores portuários, contrários a pontos da medida provisório, estiveram com a ministra pedindo alterações no texto.

De acordo com a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), os empresários foram ao encontro de Gleisi Hoffamann ?praticamente para implorar ao governo que não recue?.

Entre outras medidas, a MP incentiva o investimento privado no setor ao permitir que terminais privados transportem cargas de terceiros. Não será mais necessário que a empresa comprove que terá, sozinha, carga suficiente para justificar a construção do terminal.

A reunião, no Palácio do Planalto, reuniu representantes da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), da Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim), e da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), além do ministro da Secretaria de Portos, Leonidas Cristino.

Segundo Kátia Abreu, que conversou com a imprensa em nome dos empresários, as entidades não têm ?absolutamento nada contra o porto público?.

?Nós estamos contando muito com os portos públicos e precisamos também contar com os privados. Um não anula o outro. Essas instituições [de empresários] precisam da concorrência, da eficiência?, disse.

Para a senadora, ?o princípio da medida provisória, o que está causando polêmica desnecessária e contra o país é continuar apenas com o porto público e não deixar que mais empresários construam mais portos para trazer mais competitividade para um país exportador como é o Brasil hoje?.

Ela avalia que as privatizações no setor portuário promovidas em 1993 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram ?excepcionais?, mas que atualmente ?o Brasil não está numa posição confortável?. ?Num ranking de 144 países, o Brasil é o 130º pior em eficiência?, disse. ?O Brasil precisa de mais portos?.

Trabalhadores portuários

O ministro Leonidas Cristino marcou para esta quinta-feira (21) uma reunião com os representantes de trabalhadores portuários, que pedem mudanças na medida provisória. Ele disse que a orientação da presidente Dilma Rousseff é ?sempre escutar?.

?Os empresários deram apoio a essa medida provisória e vamos continuar escutando os trabalhadores porque queremos que esta medida provisória seja transformada em lei no sentido de que possamos definitivamente melhorar o sistema portuário nacional?, declarou.

O texto da medida gera insatisfação entre portuários porque desobriga os terminais privados de contratar trabalhadores por meio do órgão gestor de mão de obra, o Ogmo, e permite a contratação direta. O Ogmo é uma entidade sem fins lucrativos, responsável pelo cadastramento, registro e fiscalização da mão-de-obra dos trabalhadores portuários avulsos (que não têm vínculo empregatício com as companhias docas).

Já a presidente da CNA defendeu a contratação de trabalhadores portuários fora do regime do Ogmo, que classificou como uma ?excrescência mercadológica?. Para ela, o país ?não pode aceitar? a transferência ?desse sistema arcaico para os novos portos privados no Brasil?.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES