Ex-ministro do GSI diz que houve 'apagão' no 8/1 e que não sabia de risco

Gonçalves Dias, primeira baixa do governo Lula, prestou depoimento à PF nesta sexta (21)

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Gonçalves Dias, primeira baixa do governo Lula, prestou depoimento à PF nesta sexta (21) | Reprodução
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O general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira que não foi informado sobre ações radicais que ocorreriam em Brasília no fim de semana do dia 8 de janeiro e que, na opinião dele, houve um 'apagão' geral do sistema de inteligência.

GDias, como é conhecido, pediu demissão na quarta-feira após virem à tona imagens dele no Palácio do Planalto no dia da invasão. No vídeo, divulgado pela CNN Brasil, ele aparece indicando uma porta aos manifestantes golpistas. Em seu depoimento à PF, o general afirmou que não prendeu manifestantes porque não tinha condições materiais de fazê-lo sozinho. Por isso, disse que os direcionou para o segundo andar do prédio, onde seriam presos, conforme previa o protocolo.

GDias negou omissão e argumentou que estava retirando extremistas de um setor do Palácio do Planalto, sem efetuar prisões, porque estava fazendo "gerenciamento de crise". "Que indagado por que, no 3° e 4° pisos, conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo", registrou a PF do depoimento, que durou cerca de cinco horas.

O ex-ministro explicou também que, sozinho, não teria conseguido prender os extremistas. "Que o declarante não tinha condições materiais de, sozinho, efetuar prisão das 3 pessoas ou mais que encontrou no 3° e 4° andares, sendo que um dos invasores encontrava-se altamente exaltado", relatou o general à PF.

As imagens da invasão do Palácio do Planalto mostram outros agentes do GSI conversando com os golpistas. Um deles, o major José Eduardo Natale, oferece água mineral aos extremistas. No depoimento, o ex-ministro afirmou ainda que, se tivesse visto a cena, teria prendido o militar.

"Que indagado a respeito de o major José Eduardo Natale de Paula Pereira haver entregue uma garrafa de água a um dos invasores; que deve ser analisado pelas circunstâncias do momento os motivos do major, mas que, se tivesse presenciado, o teria prendido", disse.

'Apagão' no sistema de inteligência

Questionado sobre o funcionamento do sistema de inteligência para o dia 8 de janeiro, ele afirmou que, na opinião dele, o sistema não funcionou.

"Que indagado se o declarante entende se houve apagão da inteligência, respondeu que acredita que houve um 'apagão' geral do sistema, pela falta de informações para tomada de decisões".

De acordo com seu depoimento, ele não foi informado sobre ações radicais que ocorreriam em Brasília no fim de semana do dia 8 de janeiro.

"Que não tinha conhecimento a respeito de ações radicais que ocorreriam em manifestação na cidade de Brasília entre 6 e 8 de janeiro", contou o general à PF.

Dias disse também que todas as filmagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro foram fornecidas integralmente às instituições do Estado, sem omissão de possíveis filmagens.

O militar ainda entregou um documento de título "Imagens do sistema de video monitoramento" com duas páginas e o documento de titulo "Quadro resumo de eventos registrados - 08 de janeiro de 2023" com duas páginas.

Gonçalves Dias foi questionado sobre as informações que as autoridades dispunham nos dias que antecederam o 8 de janeiro e qual era o nível de risco avaliado para a ocasião.

Ele afirmou que antes do dia dos ataques "não teve conhecimento" de qualquer documento produzido pelo subordinado responsável que indicasse "risco laranja" para a ocasião. Ele disse ter tido acesso a essa informação apenas posteriormente.



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