Executiva estadual do PT aprova expulsão do deputado Luiz Moura

Decisão terá de ser ratificada pelo diretório estadual. Deputado é suspeito de envolvimento com facção criminosa.

Avalie a matéria:
O diretório vai se reunir na manhã desta sexta-feira (1º) | G1
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A executiva estadual do Partido dos Trabalhadores decidiu, na manhã desta quinta-feira (31), pela expulsão do deputado estadual Luiz Moura (PT-SP) da legenda. Moura é suspeito de envolvimento com facções criminosas em São Paulo desde março, quando foi flagrado pela polícia em reunião com supostos criminosos. A decisão ainda precisa ser ratificada pelo diretório estadual do partido.

Segundo o presidente do PT em São Paulo, Emídio de Souza, a decisão pela expulsão foi unânime. O diretório, que tem o poder de expulsar de fato Moura do partido, vai se reunir na manhã desta sexta-feira (1º). De acordo com Souza, o deputado teve ?amplo direito de defesa?.

?Ele foi chamado para essa própria reunião. Foi notificado no dia 18 e foram dados dez dias para ele apresentar documentos, testemunhas. Hoje ele poderia trazer até oito testemunhas e não trouxe nenhuma, não veio?, disse.

Em entrevista à TV Globo por telefone, o deputado Luiz Moura disse que não recebeu sequer o direito de defesa e que está sendo expulso do partido por conta de um presidente (Emídio de Souza) "ditador".

"Ele está me expulsando sem me dar o direito de defesa, isso porque o PT é um partido que luta pela igualdade", afirmou o deputado. Ele assegura ser ficha limpa e diz que não cometeu nenhum crime. "Até porque, até agora, fazer reunião não representa um ato ilícito", disse.

O deputado acrescentou que não foi notificado sobre a reunião que aconteceu nesta quinta para tratar de sua expulsão do partido e voltou a alegar que não recebeu o direito de se defender. Ele disse, inclusive, que ficou sabendo sobre a notícia por meio da imprensa.

De acordo com o deputado, na quarta, a 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça decidiu manter a liminar que garante sua candidatura. Moura disse que vai manter sua campanha e que continuará lutando na Justiça contra o PT para disputar as eleições de outubro.

Prejuízos

De acordo com o presidente do diretório estadual, a decisão foi tomada por causa do ?dano causado à imagem do PT por conta das acusações e depois ainda concluindo com a ação que ele fez contra o partido desestabilizando toda a nossa coligação?.

No início do mês, Moura conseguiu liminar anulando a convenção estadual petista, da qual ele não pôde participar por ter sido afastado do partido. A liminar foi derrubada, mas, se tivesse sido mantida, poderia implicar no fim das candidaturas estaduais petistas, inclusive as de Alexandre Padilha, candidato ao governo do estado, e de Eduardo Suplicy, que concorre à reeleição no Senado por São Paulo.

Moura já afirmou que é inocente e usou a bancada da Assembleia Legislativa para dizer que ainda não é nem objeto de investigação formal. O procurador-geral de Justiça do estado entrou com um pedido no Tribunal de Justiça (TJ) na última quinta (24) para investigar o deputado. Segundo o Diário Oficial, o objetivo é a apuração de eventual prática de crimes de organização criminosa, extorsão, constrangimento ilegal, apropriação indébita, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e abuso de autoridade. O TJ ainda não se manifestou.

Para o partido, porém, o fato de o deputado não ser ainda alvo de investigação é indiferente. ?A decisão do PT não precisa esperar fatos policiais ou conclusão de inquérito policial?, disse Souza. Segundo ele, a legenda ?não é um órgão de investigação?. ?Nós não temos qualquer tolerância com mal feito. Cabe aos partidos políticos filtrar aqueles que militam no seu interior e nós entendemos que a conduta dele não é compatível com as propostas do PT?, disse.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES