Feliciano antecipa depoimento para despistar os manifestantes

Deputado é acusado de estelionato por não comparecer a evento religioso mesmo tendo recebido cachê.

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Marco Feliciano. | Reprodução
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O deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) driblou todo o esquema preparado para seu interrogatório nesta sexta-feira em processo no qual é acusado de estelionato. Marcado inicialmente para as 14h30, o pastor chegou duas horas antes ao Supremo Tribunal Federal (STF), pela garagem do prédio anexo, e, em sigilo, depôs por cerca de meia hora ao juiz auxiliar destacado pelo relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski.

De acordo com informações do advogado Rafael Novaes, Feliciano acertou a antecipação do interrogatório com o representante do Ministério Público. A sala onde foi realizado o depoimento foi isolada pela Secretaria de Segurança do Supremo e o deputado chegou ao local por um elevador privativo. Ele deixou o local sem falar com a imprensa.

O ministro Ricardo Lewandowski informou, por meio de sua assessoria, que vai aguardar a degravação do depoimento, feito em aúdio e vídeo. Após a entrega do material, ele vai avaliar se libera à imprensa o conteúdo do interrogatório.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em 2008, o pastor e um assessor firmaram um contrato para um show religioso na cidade de São Gabriel (RS), a 320 quilômetros de Porto Alegre. Os dois forneceram à produtora do evento uma conta para o depósito do cachê de R$ 13 mil, mas não compareceram.

De acordo com a vítima, a produtora e advogada Liane Pires Marques, o assessor de Feliciano lhe telefonou para dizer que ele e deputado haviam sofrido um acidente no Rio de Janeiro e, por isso, não poderiam viajar até o Rio Grande do Sul. Intrigada com a história, ela diz que pesquisou e não encontrou nenhum registro de acidente envolvendo os dois pastores. Segundo Liane, Feliciano tinha contrato com uma rádio no Rio na sexta-feira e a rádio pediu pra ele ficar mais um dia. Para tanto, teria oferecido o dobro do cahcê combinado para o show em São Gabriel.

No processo cível, que ainda tramita na cidade gaúcha, Liane reivindica indenização pelos prejuízos que teve. No ano passado, a juíza que cuida do caso determinou que Marco Feliciano pagasse os R$ 13 mil a Liane como devolução do cachê. O deputado pagou. Mas ela cobra mais. Segundo a produtora, o prejuízo comprovado foi de quase R$ 100 mil na época, gastos com segurança, passagens aéreas e estrutura para o show. Ainda segundo Liane, a dívida hoje estaria em R$ 2 milhões.

A defesa do deputado nega a acusação. Segundo o advogado Rafael Novaes, Feliciano teria recebido o dinheiro, mas tentado devolver. Ainda segundo o defensor, os organizadores se recusaram a receber e entraram com a ação na Justiça.



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