Governo e PT mudam estratégia e aceitam instalação da CPMI do 8 de janeiro

Deputados da base dizem que a CPMI não amedronta o governo em nada

Governo aceita instalação de CPMI | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Em mudança de estratégia, o Palácio do Planalto e a cúpula do PT aceitarão a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)Assim, eles deixarão de pressionar pela retirada de assinaturas.

A mudança veio à tona após a CNN divulgar imagens inéditas da invasão ao Planalto no dia 8 de janeiro. Com a exibição dos vídeos, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, que pediu demissão nesta quarta-feira, 19, foi gravado conversando com invasores a metros de distância do gabinete presidencial. 

O governo e a base aliada vinham tentando ganhar mais tempo para evitar a instalação da CPMI e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, adiou para a próxima semana a sessão do Congresso em que deverá fazer a leitura do ato de criação da comissão.

Com o aval da presidente Gleisi Hoffmann (PT-PR), o PT aceita a instalação da CPMI para contrapor o discurso da oposição de que os atos do dia 8 de janeiro tinham infiltrados de esquerda e que seriam responsáveis pela quebradeira na Praça dos Três Poderes. 

O deputado Florentino Neto (PT-PI) afirmou, em discurso na Câmara, que o que se observa é uma tentativa de inversão de uma narrativa. "Todo povo brasilerio assistiu, ao vivo, pela televisão, o que ocorreu no dia 8 de janeiro, Foi um atentado à democracia e às instituições", disse, defendendo que a Justiça e a Polícia Federal estão investigando.

Segundo Florentino, a posição do líder do governo demonstra que o PT quer uma investigação profunda sobre esses fatos. "Acreditamos que a face dos culpados, dos que estravam presentes e daqueles que, do ponto de vista ideológico e intelectual, planejaram o atentado à democracia vai ficar clara na CPMI. Por isso não temos medo algum da apuração, pois ela vai nos ajudar a tornar claro, cada vez mais para a população do Brasil, aquilo que já está transparente, que é a face dos culpados e daqueles que tentaram o golpe".

Com essa estratégia, o objetivo da base aliada será responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos atos e buscar conexões com seu grupo político.

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que houve mudança de postura do partido e declarou que essa CPI não amedronta o governo em nada. "É claro que o governo no começo, eu volto a argumentar, queria estar focado na aprovação das propostas, dos projetos. Nós temos discussão de reforma tributária, nós temos discussão do arcabouço, mas a partir do que aconteceu agora, o que a gente tem que fazer é preparar e ir para ofensiva”.

O deptuado disse ainda estar convencido de que vai ser o maior tiro no pé dessa base bolsonarista e acredita que terá deputado bolsonarista sendo cassado, porque financiaram, porque incitaram, porque organizaram caravanas e isso pode chegar no próprio Bolsonaro. "Eu não consigo ver como é que uma CPMI dessa pode se virar contra o governo”, disse Lindbergh.

O senador Randolfe Rodrigues manifestou sua opinião pelo Twitter. "Nós somos vítimas e queremos descobrir a fundo quem esteve por trás dessa barbárie. Nós queremos a leitura do requerimento de CPMI para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Vamos para a investigação", disse.



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