Indígenas marcham rumo ao STF, em Brasília, contra o marco temporal

Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), são esperados cerca de 650 pessoas de cerca de 20 povos indígenas

Indígenas marcham rumo ao STF, em Brasília, contra o marco temporal | Fabio Rodrigues/Agência Brasil
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Nesta quarta-feira (30), com a retomada do julgamento sobre o Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), comunidades indígenas de diversas regiões do Brasil se unem para protestar contra a tese que aborda a demarcação de terras. No centro do debate está a questão de determinar se os indígenas têm direito somente às terras que estavam sob sua ocupação tradicional até a data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. 

Conforme a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), aproximadamente 650 pessoas representando cerca de 20 povos indígenas provenientes de oito estados estão previstas para se reunirem em Brasília. O reinício da sessão de julgamento está agendado para iniciar às 14h.

Conforme informações fornecidas pelo STF, está prevista a disponibilização de espaço para a presença de até 60 líderes indígenas que poderão acompanhar o desenrolar do julgamento diretamente do plenário. Adicionalmente, nas proximidades do edifício localizado na Praça dos Três Poderes, será montada uma estrutura composta por uma tenda equipada com telão e sistema de sonorização, destinada a transmitir ao público o andamento das deliberações judiciais. 

O caso em análise pelo STF possui relevância ampla e aborda uma questão de repercussão geral. Trata-se de um litígio de reintegração de posse instaurado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) em relação à comunidade indígena Xokleng da Terra Indígena Ibirama-La Klãnõ. 

O STF analisa a tese de que indígenas só têm direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Se aprovado esse entendimento, os povos originários só poderão reivindicar a posse de áreas que ocupavam nessa data

Por esse motivo, os povos indígenas se opõem à concepção do marco temporal. Conforme informações apresentadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem 226 casos pendentes nas instâncias judiciais inferiores, aguardando uma resolução acerca desse assunto. 

O processo de deliberação no STF teve início em 2021. Até o presente momento, ocorreram três posicionamentos: o ministro Nunes Marques se manifestou a favor do Marco Temporal, enquanto os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes se pronunciaram contra. Contudo, apesar de sua oposição, Moraes levantou a ideia de viabilizar a compensação dos indígenas por meio da atribuição de outras áreas territoriais. Além de estar em análise no STF, a tese também está em processo de tramitação no Congresso Nacional. O Projeto de Lei 2903/2023 está atualmente sob avaliação no Senado.  



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES