Jornais internacionais destacam ataque “feroz” de Dilma Rousseff à espionagem dos Estados Unidos

Para “Guardian”, discurso “bravo” da presidente foi a resposta diplomática de “mais alto nível” até agora contra ações da NSA.

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Dilma Rousseff durante discurso de abertura da 68ª Assembleia Geral da ONU | AFP
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A presidente Dilma Rousseff fez um ataque "feroz" à espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, na avaliação do jornal britânico "Guardian".

Em seu discurso nesta terça-feira, Dilma afirmou que as ações da NSA, que teriam incluído a espionagem direta das comunicações da presidente brasileira e da Petrobras, representam uma violação dos direitos humanos e um desrespeito às soberanias nacionais.

As revelações sobre a espionagem da NSA foram feitas pelo jornalista americano radicado no Rio de Janeiro Glenn Greenwald, com base em documentos vazados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden.

Para o "Guardian", jornal que publicou as primeiras revelações do escândalo de espionagem da NSA, o discurso "bravo" de Dilma "foi um desafio direto ao presidente Barack Obama, que estava esperando ao lado para pronunciar seu próprio discurso à Assembleia Geral da ONU".

O diário avalia que a fala de Dilma "representou a reação diplomática de mais alto nível até agora" às revelações feitas por Snowden e lembra que Dilma já havia adiado sua visita de Estado aos Estados Unidos, prevista inicialmente para o mês que vem, por conta do escândalo.

"Denúncia quente"

O discurso também ganhou espaço no americano "New York Times", que classificou a fala da presidente brasileira de "denúncia quente" contra os Estados Unidos sobre as ações da NSA.

"Obama tomou nota das queixas, dizendo que os Estados Unidos estão repensando suas atividades de vigilância como parte de uma reavaliação mais ampla que incluía a restrição do uso de drones e a transferência de prisioneiros da prisão da Baía de Guantánamo, em Cuba, e finalmente o seu fechamento", diz o jornal.

Para o "New York Times", as palavras de Obama lembraram um discurso que ele proferiu há alguns meses sobre a necessidade de os Estados Unidos abandonarem sua "perpétua posição beligerante".

Outro jornal americano, o "Washington Post", afirma que Dilma proferiu uma "reprimenda pungente" da espionagem eletrônica feita pela NSA.

O diário espanhol "El País" comenta que a presidente brasileira "não se referiu de maneira expressa aos Estados Unidos em nenhum momento de seu discurso", mas se mostrou "taxativa na hora de denunciar a espionagem internacional".

O jornal observa ainda que Dilma "propôs uma regulação que assegure um controle maior do uso da internet para evitar esse tipo de atividades de vigilância, que qualificou como um atentado à "soberania dos Estados" e à "liberdade de expressão" e como uma "violação dos direitos humanos".



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