Lira indica ex-Funcef e demitido por Dilma para a presidência da Caixa

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou Carlos Antônio Vieira Fernandes, funcionário de carreira, para a presidência da Caixa Econômica Federal, em meio às negociações para atrair o PP e o centrão para a base do governo. No entanto, o martelo ainda não foi batido, e a decisão de Lira foi tomada cerca de 15 dias atrás. A definição final aguarda a volta de Lira a Brasília, após sua viagem à Índia e à China, programada para até 22 de outubro. As informações são da Folhapress.

Carlos Antônio Vieira Fernandes, natural da Paraíba, é um economista que integra os quadros da Caixa, foi diretor-presidente da Funcef (Fundação dos Economiários Federais) e ocupou cargos ministeriais em governos petistas. Ele foi nomeado para a secretaria-executiva do Ministério da Integração Nacional em 2012, quando o PP estava à frente da pasta, com a participação de Arthur Lira na escolha.

Fernandes também atuou nos ministérios das Cidades e da Integração Nacional durante a gestão de Dilma Rousseff, mas foi demitido quando o PP começou a desembarcar do governo durante o processo de impeachment em 2016. Posteriormente, ele presidiu a Funcef na gestão de Michel Temer. A indicação de Fernandes para a presidência da Caixa é vista como uma escolha de alguém com experiência na área, considerando a importância do banco, que é quase equivalente a um ministério.

A negociação para a nomeação de Fernandes faz parte das articulações que levaram à nomeação de André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) como ministros do Esporte e dos Portos e Aeroportos, respectivamente. A troca no comando da Caixa divide opiniões no banco, e a presidente atual, Rita Serrano, tem sido alvo de críticas, especialmente do PT.

A Caixa desempenha um papel crucial no financiamento imobiliário e na gestão do programa Minha Casa, Minha Vida, um dos principais programas sociais do governo. A nomeação de Fernandes aguarda decisões finais e negociações políticas adicionais, incluindo a distribuição das vice-presidências do banco entre diferentes partidos do centrão.