Lula atua para evitar 'guerra' entre países da América do Sul

Em meio a essa crescente instabilidade, Lula enfatizou a importância do bom senso para evitar conflitos na região.

Lula pede bom senso no conflito | José Cruz/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, neste domingo (3), suas preocupações sobre a mais recente tensão na América do Sul, envolvendo a Venezuela e a Guiana, antes de partir para Berlim, na Alemanha. Em meio a essa crescente instabilidade, Lula enfatizou a importância do bom senso para evitar conflitos na região.

"O que a América do Sul não está precisando é de confusão. Não se pode ficar pensando em briga. Espero que o bom senso prevaleça, do lado da Venezuela e do lado da Guiana", destacou o presidente. Lula ressaltou sua descrença em um eventual confronto entre os dois países, enfatizando que a humanidade deve temer a guerra e que o diálogo é preferível.

"Se tem uma coisa que estamos precisando para crescer e para melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo, e não ficar pensando em briga, não ficar inventando história", acrescentou o presidente brasileiro.

Enquanto Lula expressava suas preocupações, os eleitores venezuelanos participavam de um referendo no mesmo dia, decidindo se desejam a incorporação da região de Essequibo, atualmente sob controle da Guiana, ao território venezuelano. O presidente brasileiro expressou sua opinião de que o referendo favorecerá o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

O Ministério da Defesa do Brasil aumentou sua presença militar na região próxima à fronteira do território brasileiro e declarou que está acompanhando de perto as discussões. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, por sua vez, planeja estabelecer bases militares com apoio estrangeiro, enquanto o ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino, criticou o presidente da Guiana e alertou contra uma abordagem agressiva.

Para Ronaldo Carmona, professor de geopolítica da Escola Superior de Guerra e pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), a resolução do conflito deveria ser conduzida pelos países sul-americanos, evitando assim uma possível interferência externa. Ele alerta para o risco de militarização da Guiana pelos Estados Unidos, dada a alegação da Guiana de se sentir ameaçada.

O conflito de longa data sobre o território de Essequibo, disputado entre Venezuela e Guiana há mais de um século, ganhou destaque, especialmente pela descoberta de reservas significativas de petróleo na região em 2015. Com ambos os países alegando direitos com base em documentos internacionais, a Guiana defende sua propriedade com base em um laudo de 1899, enquanto a Venezuela aponta para um acordo de 1966 com o Reino Unido.

Neste contexto, o regime de Nicolás Maduro organizou um referendo para abordar a relação entre a Venezuela e o território de Essequibo. Agendado para este domingo, o referendo inclui cinco perguntas sobre a fronteira atual, o Acordo de Genebra de 1966, a jurisdição da Corte Internacional de Justiça, a utilização pela Guiana de uma região marítima sem limites estabelecidos, e a criação do estado Guiana Essequiba.



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