Mauro Cid decide confessar e reforçará que seguiu ordens de Bolsonaro

O ex-ajudante de ordens vai confirmar participação na venda das joias, mas vai apontar que seguiu ordens do ex-presidente Bolsonaro

Avalie a matéria:
Tenente-coronel Mauro Cid decidiu confessar | Lula Marques/Agência Brasil
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Preso preventivamente há 3 meses no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, tenente-coronal Mauro Cid serviu o ex-presidente Jair Bolsonaro como ajudante de ordens por 4 anos. O cargo garantiu a ele o acesso ao dia a dia do presidente. O ex-ajudante foi preso depois que a Polícia Federal descobriu que ele fraudou cartões de vacinação dele, de sua família e do próprio ex-presidente.

Recentemente, o coronel foi envolvido na tentativa de vender joias, relógios, canetas e outros presentes recebidos por Bolsonaro durante a gestão, o que rendeu milhares de dólares ao ex-presidente.

Em silêncio desde que foi preso, Mauro Cid resolveu falar. Diante das várias evidências levantadas pela Polícia, ele assumirá sua participação nos crimes e, em especial, no caso dos presentes, vai confirmar que teve participação na comercialização das joias nos Estados Unidos, conseguiu a transferência para o Brasil do dinheiro arrecadado e fez a entrega para Jair Bolsonaro, tudo em espécie. No entanto, ele não ficará responsável sozinho e dirá que fez tudo isso, seguindo ordens diretas do então presidente do Brasil, que seria o mandante do esquema. 

A expectativa é que a revelação provocará uma reviravolta na investigação, já que a defesa de Bolsonaro afirmou que ele “jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos”. 

Pelo que ele pretende revelar, fica claro que Bolsonaro sabia, pelos menos, de alguns tramites adotados seriam totalmente ilegais, como a questão da grana. A venda  do Rolex e do Patek Philippe, rendeu 68 000 dólares dentro da organização. Cid vai dizer à Justiça que negociou as mercadorias por ordem do chefe. “Resolve lá”, teria dito Bolsonaro. 

De acordo com o advogado de Cid, “a relação de subordinação na iniciativa privada é uma coisa. O funcionário pode cumprir ou não. No funcionalismo público, é diferente. Em se tratando de um militar, essa subordinação é muito maior”, diz. No entanto, foi do ex-ajudante a alternativa de usar conta bancária do pai dele nos Estados Unidos. Segundo ele, o pai teria refutado a ideia, no entanto, terminou acatando os apelos do filho.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES