Militares ocupam as ruas da capital de Honduras

O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi detido pelas Forças Armadas

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Os militares tomaram as ruas da capital Tegucigalpa poucas horas depois que o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi detido pelas Forças Armadas na manhã deste domingo (28). Carros blindados e tanques saíram às ruas e aviões sobrevoam a cidade. O embaixador da OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmou que não se sabe o paradeiro do presidente, mas Maurício Gomez, uma fonte ligada ao secretário particular do presidente Eduardo Enrique Reina, informou à rede CNN em espanhol que Zelaya está na República da Costa Rica.

Um simpatizante do presidente, cuja identidade não foi revelada, informou à rede de televisão CNN em espanhol que se trata de um golpe de estado e que estão manipulando o Congresso Nacional. O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, convocou para este domingo uma reunião de urgência para analisar a crise em Honduras e "defender a estabilidade democrática" nesse país.

Soldados ocupam as ruas de Honduras, em aparente golpe militar; presidente foi levado à Costa Rica, informou uma fonte à CNN

A chanceler de Honduras, Patricia Rodas, pediu apoio da comunidade internacional e chamou o povo hondurenho a "resistência cívica" frente ao "sequestro" do presidente do país. Ela disse desconhecer o paradeiro do presidente e pediu que o povo se reúna em frente a residência presidencial em Tegucigalpa. As rádios hondurenhas pedem que a população fique em casa.

A UE (União Europeia) condenou o aparente golpe militar em Honduras contra o presidente Manuel Zelaya, por meio do ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também condenou o que chamou de "golpe de estado troglodita" contra seu colega de Honduras e alertou que "chegou a hora do povo" e dos movimentos sociais deste país da América Central. Chávez pediu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "que se pronuncie", já que, disse, "o império tem muito a ver" com o que acontece em Honduras.

O presidente foi detido por militares às 5h (8h de Brasília) deste domingo. No momento da prisão, ele estava no palácio presidencial, que permanece cercado por aproximadamente 300 soldados.

Apoiadores do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, destroem estande de jornal da oposição, El Heraldo, durante manifestação em Tegucigalpa; Zelaya foi detido por militares na manhã deste domingo (28).

Zelaya, esquerdista eleito em 2005, se colidiu contra outros segmentos do governo e líderes militares sobre a questão do referendo. Ele queria apoio popular para instalação da chamada "quarta urna" nas eleições de 29 de novembro, simultaneamente presidencial, legislativa e municipal. É uma consulta sobre uma consulta: o aliado do presidente Hugo Chávez quer que os eleitores decidam se apoiam ou não a convocação de uma nova Constituinte dentro de cinco meses.

A consulta, declarada ilegal pelo Congresso, pela Promotoria e pela Justiça, sofre forte oposição das Forças Armadas, da Igreja Católica e até de parte do governista Partido Liberal. O Supremo Tribunal de Honduras considerou o referendo ilegal, e foi apoiado pelo Congresso e pela alta cúpula do Exército hondurenho. Ainda assim, Zelaya se manteve firme em sua posição.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu aos organismos internacionais, aos seus colegas da América Latina e aos líderes de movimentos sociais que "condenem e repudiem o golpe de Estado militar em Honduras". Morales disse que estes não são tempos "de ditaduras" e que o que está acontecendo em Honduras é uma "aventura de um grupo de militares que atenta contra a democracia e o povo".

O presidente boliviano afirmou que as consultas e os referendos são uma forma de o Governo, com a "participação do povo", aprofundar a democracia e mudar a Constituição, como ele mesmo fez na Bolívia. "[É] Uma outra forma de governar, subordinada ao povo. Os povos têm direito a escolher com seu voto, mudar políticas, mudar constituições, normas, leis, mas com a participação de povo. Isso é o referendo", disse o chefe de Estado boliviano.



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