Ministro da Defesa de Bolsonaro tratava TSE como inimigo militar da gestão

Na gravação, Nogueira se referiu ao TSE como um “inimigo” militar da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira | Marcelo Camargo/Agência Brasil
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Durante uma reunião de governo ocorrida em 5 de julho de 2022, no Palácio do Planalto, o então Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, foi gravado fazendo comentários controversos sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a atuação das Forças Armadas no processo eleitoral. Na gravação, Nogueira se referiu ao TSE como um "inimigo" militar da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e mencionou discutir estratégias com comandantes militares para manter Bolsonaro no poder, faltando menos de 100 dias para o primeiro turno das eleições.

“Estou realizando, semanalmente, reuniões com os comandantes de Força. Este cenário nós estudamos, trabalhamos, e temos reuniões decisivas pela frente para vermos o que pode ser feito; que ações poderão ser tomadas para que possamos ter transparência, segurança, condições de auditoria e para que as eleições transcorram da forma como a gente sonha. E que o senhor, com o que a gente vê no dia a dia, tenhamos o êxito de o reeleger. Este é o desejo de todos nós”, disse Nogueira.

Além disso, outros ministros presentes na reunião, como os ex-titulares da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, levantaram críticas à transparência do processo eleitoral, sugerindo que as urnas eletrônicas não poderiam ser auditadas e insinuando a falta de credibilidade do Poder Judiciário. Bolsonaro, então candidato à reeleição, chegou a afirmar que havia um suposto complô para garantir a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições.

Um ponto de destaque na reunião foi a participação das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral do TSE. Nogueira expressou insatisfação com o tratamento dado às propostas militares, afirmando que apenas três das 15 sugestões foram aceitas e sugerindo que a comissão era apenas uma formalidade. O TSE respondeu às críticas, defendendo sua atuação e destacando que acolheu parte das sugestões militares para aprimoramento das eleições, enquanto alguns pedidos de informações foram indeferidos devido à falta de tempo hábil para análise.

A revelação do vídeo da reunião ocorreu nesta sexta-feira (9), por meio do Supremo Tribunal Federal (STF), no contexto da Operação Tempus Veritatis. A operação, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira (8), investiga uma suposta organização criminosa que teria tentado um golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Esses acontecimentos evidenciam as tensões políticas e institucionais vividas pelo Brasil durante o período mencionado, com sérias acusações sendo feitas contra órgãos governamentais e do sistema eleitoral. (Com informações da Agência Brasil)



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES