Ministro do STF manda notificar Cunha e Collor sobre denúncia

A decisão de Teori também vale para a ex-deputada Solange Almeida

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou nesta sexta-feira (21) a notificação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), de que foram denunciados ao tribunal pela Procuradoria-Geral da República por crimes cometidos no esquema de corrupção da Petrobras.

Após tomarem conhecimento formal da ação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as defesas dos congressistas terão 15 dias para apresentarem suas defesas ao STF.

A decisão de Teori também vale para a ex-deputada e prefeita de Rio Bonito (PMDB-RJ), Solange Almeida, que foi denunciada com Cunha, e para o ex-ministro do governo Collor Pedro Paulo Leoni Ramos e outras três pessoas que foram denunciadas juntamente com o senador. Caberá ao STF decidir se acolhe ou não a denúncia. Caso seja aceita, eles se tornarão réus em uma ação penal.

No despacho, o Supremo informa que "é de se ressaltar que no presente caso qualquer dia e hora é admissível para a realização da notificação dos acusados, garantida a inviolabilidade na residência.

O presidente da Câmara foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A aliada é acusada pelo MP de corrupção passiva. Janot pede que os dois tenham que devolver US$ 80 milhões aos cofres públicos.  O MP afirma que Cunha recebeu US$ 5 milhões em propina.

Os pagamentos ocorreram, segundo a PGR, entre 2007 e 2012, após o fechamento de contratos entre a Petrobras e a Samsung Heavy Industries, da Coreia do Sul, para fornecimento de dois navios-sondas para a estatal do petróleo no valor total de US$ 1,2 bilhão.

A investigação da PGR e da Polícia Federal confirmou trechos das declarações prestadas pelo lobista Júlio Camargo em acordo de delação premiada, como encontros no Rio em que o delator teria relatado as pressões de Cunha.

Porém, não conseguiu identificar contas bancárias controladas diretamente por Cunha que teriam sido beneficiadas com os repasses de Baiano. Para a PGR, os indícios foram suficientes para a denúncia. Cunha nega os crimes.

Nesta sexta, disse que não irá retaliar "quem quer que seja" e reiterou que não há "a menor possibilidade" de renunciar ao cargo que ocupa.

COLLOR

A denúncia contra Collor permanece em sigilo, mas ele é acusado de corrupção ativa e lavagem. Conforme a reportagem apurou, as investigações apontam que o senador teria cometido mais de 300 práticas criminosas e, agora, pesam sobre ele as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.

As investigações revelaram que o grupo do parlamentar alagoano teria recebido R$ 26 milhões, entre 2010 e 2014, como consta na denúncia entre ao STF. Segundo a PGR, o texto está em segredo porque contém trechos de depoimento sigilosos e, por isso, não pode ser divulgado. Desde a abertura de inquéritos contra as autoridades investigadas pela Operação Lava Jato, em março, o caso de Collor era considerado um dos que continham provas mais robustas.

A Polícia Federal encontrou comprovantes de depósitos do doleiro Alberto Youssef para o senador. As transferências somavam R$ 50 mil. Além disso, Rafael Ângulo, que trabalhava com Youssef, afirmou ter entregue R$ 60 mil pessoalmente a Collor. Os valores em suborno, segundo os investigadores, eram referentes a contratos firmados entre empresas privadas e a BR Distribuidora, subsidiária da estatal em que parte da diretoria fora indicada pelo ex-presidente. O senador, que também nega as acusações, disse na quinta (20) que a denúncia foi construída "sucessivos lances espetaculosos" e acusou o procurador Janot de fazer um "festim midiático".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES