Nunes Marques pede vistas e julgamento da correção do FGTS é suspensa

Ministro afirmou que vai analisar os argumentos da União sobre o caso.

Ministro Nunes Marques | Felipe Sampaio/STF
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes Marques, solicitou, nesta quinta-feira, 27, vista do processo que discute o índice de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Com isso fica adiada a análise do caso. 

Ao requerer mais tempo, o magistrado afirmou que pretende devolver o processo com rapidez para julgamento e que a suspensão não prejudicará os titulares de depósitos. Nunes Marques também pretende analisar os argumentos da União sobre o caso.

A ação, apresentada pelo Solidariedade em 2014, questiona o modelo atual de reajuste dos valores depositados no FGTS, que é remunerado com base na Taxa Referencial (TR), uma taxa de juros criada na década de 1990, usada como referência para algumas aplicações financeiras. Atualmente, o FGTS rende o valor da TR mais 3% ao ano. A TR varia e atualmente está em 0,32% ao mês, enquanto a poupança rende 0,6% ao mês.

Até o momento, apenas os ministros Luís Roberto Barroso, relator, e André Mendonça votaram a favor da definição de que a remuneração do FGTS não pode ser inferior à da caderneta de poupança.

Segundo o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, em seu voto, ele declarou que a eventual mudança na correção do FGTS deve ser aplicada só a partir da conclusão do julgamento no Supremo.

Na avaliação do ministro, perdas do passado, caso a taxa seja alterada, devem ser resolvidas pelo Legislativo ou por negociação coletiva com o Executivo.

Na ação impetrada em 2014 são questionados trechos de duas leis que determinam a correção dos depósitos pela TR. O partido alega que as normas violam o direito de propriedade, o direito ao FGTS e a moralidade administrativa.

Na ação consta que a TR, a partir de 1999, sofreu defasagem diante do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e as perdas só se acentuam com o passar do tempo.

O Solidariedade aponta que o crédito dos trabalhadores na conta do FGTS precisa ser atualizado por "índice constitucionalmente idôneo".

Quem teria direito?

A TV Globo apurou que, se a tese de Barroso for a vencedora, a partir da conclusão do julgamento todos os trabalhadores terão direito à nova regra de correção.

A aplicação da nova regra não será automática, porque ainda caberá recursos. Mas a Caixa poderá aplicá-la imediatamente após a conclusão do julgamento, se quiser.

A correção anterior ao julgamento dependeria de negociações com o governo ou Congresso.

Mais de 200 mil ações

O Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador (IFGT) diz que mais de 200 mil ações estão suspensas e aguardando este julgamento do STF.

A Advocacia-Geral da União afirmou ao STF que o impacto do julgamento é de R$ 661 bilhões, sendo que a Caixa teria cerca de R$ 118 bilhões disponíveis em caixa para o fundo. A PGFN fala em um impacto de R$ 400 bilhões.

“A diferença entre o potencial impacto ao FGTS (R$ 661 bilhões) e o seu patrimônio líquido poderia resultar na necessidade de aporte da União em aproximadamente R$ 543 bilhões”, diz a AGU.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES