Para OAB, Tiririca tomará posse, não importa decisão do juiz

O humorista foi o deputado federal mais votado na última eleição.

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Eleito deputado federal com 1,353 milhão de votos, o humorista Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca (PR-SP), que nesta quinta-feira (11) passou por exame no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) para provar se sabe ler e escrever, não deixará de assumir o cargo conquistado nas urnas, independentemente da conclusão do processo. Quem afirma isso é o presidente da Comissão de Estudos Eleitorais da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de São Paulo (OAB-SP), Silvio Salata.

- Não é uma medida (o exame) que afeta diretamente o registro ou o diploma do candidato eleito. Considerando, inclusive, que ele, por ser deputado federal, a partir da diplomação, goza de foro privilegiado com prerrogativa de função pública. E neste momento, evidentemente que ele está protegido por uma soberania popular de mais de 1 milhão de votos - explica Salata, acrescentando que com a imunidade parlamentar de Tiririca, o juiz de primeiro grau não tem competência, não tem jurisdição para processar o deputado federal. "O processo, que está em São Paulo, vai, então, ser enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF)".

O presidente do TRE-SP informou, em entrevista coletiva, nesta quinta, que o deputado eleito conseguiu ler e escrever durante o texto.

O humorista é acusado de falsidade ideológica, suspeita levantada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que apresentou à Justiça Eleitoral prova técnica, produzida pelo Instituto de Criminalística, apontando para uma discrepância de grafias na declaração entregue por Tiririca no momento do registro da candidatura. O que se especula é que o texto, cujo objetivo era provar as habilidades de leitura e escrita do humorista, tenha sido redigido por outra pessoa.

- A aferição da alfabetização foi feita no curso do processo. O promotor supostamente está entendendo que ele fraudou a declaração (de próprio punho) que teria que ser realizada na presença de um servidor da Justiça eleitoral. Diante disso, o promotor entrou com uma representação criminal contra o candidato eleito, alegando que houve falsidade ideológica, que aquela declaração não teria sido subscrita pelo agora deputado, mas por terceiros. Com a posse do candidato, o promotor de São Paulo perde por completo a sua integridade dentro do processo penal contra o deputado. Quem vai acompanhar isso é a Procuradoria Geral da República - afirma o representante da OAB-SP, reiterando que "não vê sustentação jurídica" para impedir a diplomação do humorista.

Em entrevista anterior a Terra Magazine, o Partido da República (PR) rebateu as ilações de que o humorista seria analfabeto. Na ocasião, a assessoria de comunicação da legenda afirmou que sustentava, "como sempre sustentou, a mais ampla e absoluta legalidade da candidatura do Tiririca e das habilidades declaradas".

Deputado federal mais votado na última eleição - conseguindo mais do que o dobro de votos do segundo colocado, Gabriel Chalita (PSB) -, Tiririca teve a campanha marcada por polêmicas, ataques e críticas. A propaganda irreverente, baseada em piadas e na total ausência de propostas, despertou reações diversas, confirmando a popularidade do então candidato, dono de bordões, como "Pior do que está não fica" e "Você sabe o que um deputado federal faz? Nem eu, mas vota em mim que eu te conto".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES