Paulistano não quer mais votar em candidato “trampolim ”

Paulistano não quer mais trampolim

Avalie a matéria:
Candidatos em SP, devem atentar para eleitor nao querer mais candidato "trampolim" | Divulgacao
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O Estado e a cidade de São Paulo têm sido uma espécie de fortaleza tucana desde 1994, quando Fernando Henrique Cardoso e Mario Covas ganharam, respectivamente, a Presidência da República e o governo estadual.

A gestão Celso Pitta, eleito prefeito em 1996, foi o último suspiro do malufismo na capital paulistana. Em 2000, a petista Marta Suplicy levou a prefeitura porque os tucanos a apoiaram contra Paulo Maluf no segundo turno.

Numa tentativa de pavimentar o caminho presidencial, Serra conquistou a Prefeitura de São Paulo em 2004, quando Marta tentou, sem sucesso, a reeleição. No entanto, em 2006, na hora de enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva, que se recuperara do escândalo do mensalão, Serra não teve coragem e empurrou a missão para quem a realmente queria, o então governador Geraldo Alckmin.

Num lance de esperteza, Serra achou politicamente vantajoso sair da prefeitura para concorrer ao governo do Estado e deixar no posto o seu vice, Gilberto Kassab. Foi o jeito que encontrou de alcançar um posto mais importante em 2006 e ficar esperando outra chance presidencial em 2010. Assim Kassab virou prefeito e se reelegeu em 2008.

A imagem de que os tucanos usaram a prefeitura como um trampolim parece explicar a alta rejeição de Serra na pesquisa Datafolha divulgada hoje (11/12) e o menor índice de aprovação de Kassab em seu segundo mandato. Segundo o Datafolha, 35% dos paulistanos não votariam em Serra de forma nenhuma. Somente 20% acham boa ou ótima a administração kassabista. Ela é ruim ou péssima para 40%. E 38% a julgam regular.

Ao contrário do governo do Estado, posto em que os tucanos exercem o poder com gosto há quase 20 anos, a prefeitura paulistana se transformou para o partido numa posição que não deveria ser cedida ao PT, mas com problemas demais a administrar e capacidade de menos para investir. Serra se queixava disso quando trocou em 2006 o Palácio do Anhangabaú (edifício Matarazzo) pelo Palácio dos Bandeirantes.

Ainda falta bastante tempo para a eleição municipal, que acontecerá em outubro de 2012. O quadro eleitoral pode mudar. Para Serra, que já se elegeu prefeito uma vez, é baixa a atual intenção de voto de 18%. Os outros nomes tucanos estão ainda piores. Por isso, existe uma forte pressão do governador Geraldo Alckmin para que Serra aceite concorrer novamente ao cargo. Nas últimas duas semanas, o próprio Serra parou de rejeitar essa possibilidade.

Mas a pesquisa Datafolha de hoje é uma ducha de água fria nesse projeto. A rejeição a Serra chegou a 35%, patamar que dificulta bastante uma vitória se a eleição for para o segundo turno. Para piorar, o ex-presidente Lula surge como o cabo eleitoral mais forte na cidade --48% dos eleitores paulistanos votariam no nome apoiado por ele.

No cenário atual, há uma chance concreta de Lula repetir com o ministro da Educação, Fernando Haddad, o que fez com Dilma em 2010. Haddad, pré-candidato do PT, é desconhecido de 63% do eleitorado. Tem, portanto, um caminho promissor pela frente.

Outro agravante para o PSDB: o ex-tucano Gabriel Chalita tentará conquistar a prefeitura pelo PMDB. Bom de TV, tem potencial para, junto com Haddad, crescer na preferência do eleitorado.

Por último, há um fator subjetivo forte. Serra quis e quer ser presidente da República. Nunca desejou com a mesma intensidade a prefeitura ou o governo do Estado. Esse tipo de coisa não passa despercebida pelo eleitor. E uma parte da fortaleza tucana em São Paulo poderá ruir no ano que vem.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES