Perillo cita Carolina Dieckmann e provoca risos de parlamentares durante sessão da CPI

O episódio começou quando o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), ao fazer uso da palavra, criticou o advogado de Perillo

Governador de Goiás, Marconi Perillo | Divulgação
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O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), provocou risos dos parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira na tarde desta terça-feira ao citar a atriz Carolina Dieckmann durante a sessão. O depoimento durou mais de 8 horas.

O episódio começou quando o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), ao fazer uso da palavra, criticou o advogado de Perillo, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. O parlamentar disse não entender como o defensor conseguia transitar em questões "complexas" e advogar para Perillo e para o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que responde a processo no Conselho de Ética por suas relações com Cachoeira. O governador de Goiás, então, interferiu e lembrou que Kakay também defende Dieckmann - que teve suas fotos nuas divulgadas na internet -, arrancando risos dos integrantes da comissão.

A sessão em que Perillo depõe começou por volta das 10h15. Aos membros da comissão, ele negou ter mantido relações "de proximidade" com o contraventor Carlinhos Cachoeira, destacando que há apenas uma ligação sua ao bicheiro registrada pela Polícia Federal, para parabenizá-lo pelo seu aniversário.

Assistido por seu advogado, o governador falava na condição de testemunha. Era grande a presença de parlamentares na sala da CPI, com alguns deputados acompanhando a reunião de pé.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.



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