PGR rejeita narrativa de que houve apagão de inteligência no 8 de janeiro

PGR sustenta que a corporação estava em condições de interromper efetivamente os acontecimentos e tinha tempo adequado para evitar atos extremistas.

Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto durante depoimento | Divulgação
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Procuradoria Geral da República (PGR) contestou a alegação feita pelo ex-comandante de operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Jorge Naime, de que teria ocorrido um "apagão de inteligência" na corporação durante os eventos de 8 de janeiro. Naime, em seu depoimento à Polícia Federal (PF) realizado em fevereiro deste ano, afirmou acreditar que uma falta completa de coordenação nas operações resultou em uma brecha na segurança dos Três Poderes. 

Ele também declarou que a Polícia Militar do Distrito Federal não tinha recebido informações sobre a possibilidade de uma grande manifestação naquele dia. Entretanto, um relatório divulgado, nesta sexta-feira, 18, pela PGR contradiz essa narrativa, indicando que todos os indivíduos sob investigação estavam plenamente cientes do risco de um ataque naquela data.

"A sequência de mensagens a seguir deixa claro que não houve qualquer 'apagão de inteligência' ou falta de informações fornecidas à Polícia Militar do Distrito Federal. Na verdade, os acusados receberam alertas que destacavam de forma evidente o perigo real e iminente aos interesses protegidos, com tempo suficiente para mobilizarem suas tropas e prevenirem resultados prejudiciais", confirma a petição inicial.

Além disso, a PGR sustenta que a corporação estava em condições de interromper efetivamente os acontecimentos e tinha tempo adequado para evitar atos extremistas. Segundo o órgão, as mensagens trocadas entre os policiais nos dias anteriores ao evento apontam, segundo esclarecimetnos prestados pela testemunha Saulo Moura d Cunha, ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligênica (Abin),  que ocorreu troca de informações de inteligência entre os integrantes de grupos virtuais, em formato de alerta.

As mensagens também indicam que a Polícia Militar do Distrito Federal tinha informantes dentro dos movimentos de insurgência popular, inclusive, com presença em acampamentos em frente ao QG do Exército, que mantinham os oficiais informados. 

Operações

Nesta sexta-feira, 17, a Polícia Federal, atendendo ao pedido da PGR e com autorização do ministro Alexandre de Moraes, cumpriu sete mandados de prisão preventiva contra oficiais da corporação por suposta omissão nos atos de vandalismo de 8 de Janeiro.  Entre os alvos estavam o   coronel Klepter Rosa Gonçalves: comandante-geral da PMDF. Ele foi indicado por Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, que exerceu a função de interventor na Segurança Pública do Distrito Federal de 8 a 31 de janeiro.

Entre os alvos também estavam o coronel Fábio Augusto Vieira: ex-comandante-geral da PMDF; o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto: ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF; o coronel Paulo José Ferreira de Sousa: ex-comandante interino do Departamento de Operações da PMDF; o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos: ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF; o major Flávio Silvestre de Alencar: PM que atuava no 8 de Janeiro; o tenente Rafael Pereira Martins: PM que estava no labor durante o 8 de Janeiro.



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