Placar no STF vai a 3 a 0 para dizer que país não prevê 'poder moderador'

Relator, Fux deixou claro em seu voto que a Constituição não encoraja 'ruptura democrática'; Toffoli e Dino acompanharam posição

Placar no STF vai a 3 a 0 para dizer que país não prevê 'poder moderador' | José Cruz/Agência Brasil
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Neste domingo (31), o Supremo Tribunal Federal alcançou um placar de 3 votos a 0 para esclarecer os limites da atuação das Forças Armadas em resposta a uma ação apresentada pelo PDT. O relator da ação, Luiz Fux, já havia votado na sexta-feira (29), afirmando que a Constituição não permite uma "intervenção militar constitucional" e nem encoraja uma ruptura democrática. O ministro Luiz Roberto Barroso acompanhou o voto do relator.

JULGAMENTO EM PLENÁRIO VIRTUAL: Neste domingo, Flávio Dino também se posicionou em concordância com a posição de Fux. No entanto, em contraste com Barroso, Dino optou por apresentar um voto por escrito contendo argumentos adicionais. O julgamento continua no plenário virtual, com os ministros apresentando seus votos através do sistema eletrônico, até o próximo dia 8. Resta ainda a apresentação dos votos de oito ministros. 

O QUE DISSE FLÁVIO DINO? No voto incluído neste domingo, Dino diz que o julgamento ocorre "em data que remete a um período abominável da nossa História Constitucional: há 60 anos, à revelia das normas consagradas pela Constituição de 1946, o Estado de Direito foi destroçado pelo uso ilegítimo da força". Segundo o ministro, "tal tragédia institucional resultou em muitos prejuízos à nossa Nação, grande parte irreparáveis".

“Com efeito, lembro que não existe, no nosso regime constitucional, um 'poder militar'. O poder é apenas civil, constituído por três ramos ungidos pela soberania popular, direta ou indiretamente. A tais poderes constitucionais, a função militar é subalterna, como, aliás, consta do artigo 142 da Carta Magna”, afirmou Dino.

Os ministros julgam uma ação que questiona pontos de uma lei de 1999 que trata da atuação das Forças Armadas.

O partido contesta três pontos da lei:

  • hierarquia "sob autoridade suprema do presidente da República";
  • definição de ações para destinação das Forças Armadas conforme a Constituição;
  • atribuição do presidente da República para decidir a respeito do pedido dos demais Poderes sobre o emprego das Forças Armadas.

VOTO DO RELATOR: No seu voto inicial no julgamento, Fux destacou que a Constituição não dá respaldo ao presidente da República para utilizar as Forças Armadas contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, e também não confere aos militares a função de mediadores de possíveis conflitos entre os três poderes.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES