Plínio é o 3º entrevistado pelo Jornal da Globo

Candidato do PSOL conversou com o repórter José Roberto Burnier.

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Plinio Arruda | G1
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O candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, foi entrevistado nesta quinta-feira (2) no Jornal da Globo pelo repórter José Roberto Burnier. Nesta semana, o JG exibiu entrevistas com Dilma Rousseff (PT, segunda-feira), José Serra (PSDB, terça) e Marina Silva (PV, quarta). Veja abaixo a íntegra da entrevista com Plínio, em vídeo, e leia a transcrição das perguntas e respostas. José Roberto Burnier: Candidato, se eleito, o senhor propõe, entre outras medidas, reestatizar todo o sistema de saúde do país. Mas os fatos mostram que a rede privada hoje atende bem melhor do que a pública. Essa medida não estaria penalizando, não prejudicaria ainda mais o cidadão? Plínio de Arruda Sampaio: Ué. É precisamente porque a rede pública está atendendo melhor... José Roberto Burnier: Não, a rede privada está atendendo melhor... Plínio de Arruda Sampaio: ...a rede privada está atendendo melhor que é preciso estatizar, porque senão você não tem igualdade no país. É fundamental a igualdade. Esta campanha, esta candidatura, a candidatura do PSOL é a candidatura pra exigir a igualdade entre todos os brasileiros. Ao contrário, se todo o atendimento for público, vai melhorar a saúde, como é na Inglaterra. Por quê? Porque, então, os ricos, tendo que ir para uma enfermaria junto com os pobres, vão exigir do governo que ele ponha mais dinheiro na saúde. Aí vai ter dinheiro para ter uma grande saúde no país. José Roberto Burnier: Candidato, essa medida não pode penalizar milhões de brasileiros que não são ricos, são pessoas simples que estão empregadas e por isso têm um plano de saúde de sua empresa. Não pode penalizar essas pessoas? Plínio de Arruda Sampaio: Não, porque vai subir a média da saúde, Burnier. E essas pessoas hoje pagam grandes somas em planos de saúde que, muitas vezes, quando a coisa é complicada, jogam para o SUS, jogam para a saúde pública. E é o cúmulo você chegar a um hospital e, antes de ser atendido, você ter que preencher uma ficha, ter que saber se o seu laboratório, se o seu... permite aquele exame de laboratório. José Roberto Burnier: Mas ficha também, no setor público, também tem que preencher. Plínio de Arruda Sampaio: Não, não. Agora meu fi..., meu neto estava em Londres. Sentiu uma dor, foi pro hospital. Chegou ao hospital e disse: "Esqueci o meu, a minha carteira de... de identidade". E o sujeito disse: "Que é isso, meu amigo, a sua carteira de identidade é o seu corpo. Está se sentindo mal, deita aí". Isso que é saúde pública, isso que é saúde inteiramente pública que, eventualmente, em um eventual governo do PSOL, será feito. José Roberto Burnier: Candidato, o senhor assinou essa semana um plebiscito pela limitação do tamanho da propriedade rural. Segundo o seu plano de governo, seria de mil hectares o tamanho máximo. Como é que funcionaria isso na prática? Quer dizer, se há uma fazenda maior do que isso, o dono da fazenda perde o que exceder a mil hectares? Plínio de Arruda Sampaio: Será desapropriado e será pago, evidente. É uma desapropriação. O que ele tem além de 500 hectares... José Roberto Burnier: De mil. Plínio de Arruda Sampaio: ...a de mil hectares, que é um fazendão de 500 alqueires mais ou menos. Se... Aquilo que for excedente vai ser desapropriado e, preferentemente, de propriedade produtiva. José Roberto Burnier: Mas, eu não entendo isso, desculpe, eu queria que o senhor esclarecesse melhor. Quer dizer, uma fazenda altamente produtiva, que tenha mais de mil hectares, o que exceder a isso vai ser passivo de reforma agrária? Plínio de Arruda Sampaio: E é prioritário. E sabe por quê, Burnier? Porque é preciso que a população rural tenha terra para poder sobreviver. Isso é um bem para você, é um bem para você, que é urbano. Porque esse homem não vem para a cidade pressionar ainda mais os serviços públicos. Esse homem ficará bem no campo. Então... José Roberto Burnier: Mas o que garante que esse cidadão que vai assumir essa parte da fazenda vai torná-la tão produtiva quanto ela era? Plínio de Arruda Sampaio: Não... porque ele sabe. Ele sabe.. Ele tá produzindo ali dentro. Ela é produtiva por causa do patrão ou por causa do trabalho dele? Ela é produtiva por causa do trabalho dele, Burnier. E ele, como ele já está ali... José Roberto Burnier: Ou é produtiva por causa do investimento que o fazendeiro fez lá? Plínio de Arruda Sampaio: O governo fará ele ter os recursos para fazer o mesmo investimento porque é o governo que dá o dinheiro pro cidadão particular fazer o investimento. De modo que é a mesma coisa, não é? Isso é fundamental. Eu acho que é importantíssimo. José Roberto Burnier: Candidato, o senhor também propõe a reestatização da companhia Vale do Rio Doce. Quando ela era uma estatal, até 1997, ela não era tão eficiente assim e não empregava tantas pessoas. Hoje, privada, é uma das maiores mineradoras do mundo, uma das maiores exportadoras do mundo e emprega mais de 100 mil pessoas nos quatro continentes. Por que estatizar a Vale então? Plínio de Arruda Sampaio: Ela... José Roberto Bunier: Reestatizar? Plínio de Arruda Sampaio: Porque o poder público precisa dispor de instrumentos para fazer política econômica. Senão, ele não tem condições de orientar a economia. E a economia deixada ao capital, ela fica louca, como aconteceu na crise da economia mundial. Vai reestatizar mesmo. José Roberto Bunier: Obrigado, candidato.



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