Prefeita é presa em flagrante por compra de votos após comício

Segundo a Polícia Federal, Carla Machado é suspeita de compra de votos

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O vereador e candidato a vice-prefeito, Alexandre Rosa, também foi preso | Reprodução
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A prefeita do município de São João da Barra (RJ), Carla Machado (PMDB), foi presa em flagrante pela Polícia Federal, na madrugada desta quarta-feira (3), depois de participar de um comício na cidade. Além dela, foi preso também o vereador e candidato a vice-prefeito Alexandre Rosa (PMDB), da coligação "São João da Barra Não Pode Parar". De acordo com a polícia, eles são suspeitos de compra de votos.

Após a prisão, a prefeita e o candidato foram levados para a Delegacia da Polícia Federal de Campos dos Goytacazes, também no Norte Fluminense. Os depoimentos começaram por volta das 4h. Em seguida, às 7h, Carla Machado foi conduzida para o Instituto Médico Legal (IML) de Campos, onde realizou exames de corpo de delito.

Carla Machado e Alexandre Rosa pagaram fianças de R$ 60 mil e R$ 50 mil, respectivamente, e foram liberados pela manhã. Eles vão responder ao processo em liberdade.

A prefeita, que não concorre à reeleição, disse que vai entrar com recurso e Habeas Corpus na Corregedoria da Polícia Federal. Ela protestou contra a ação, dizendo que era fruto de perseguição política e que sua prisão era arbitrária, uma vez que a Polícia não tinha mandado. Além disso, disse que a abordagem para sua prisão foi truculenta. "Arbitrariedade, abuso de poder foi o que ocorreu", disse em entrevista. (Veja o vídeo acima)

Apoio em troca de vantagens

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta (3), o delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano disse que a atual prefeita de São João da Barra era investigada há algumas semanas por compra de votos e formação de quadrilha. Segundo ele, a organização encabeçada por Carla Machado tinha como objetivo barrar a candidatura a vereador de coligações adversárias.

Candidatos da oposição teriam sido assediados para desistirem de concorrer ao cargo e apoiar os concorrentes indicados pela prefeita. Em troca, receberiam vantagens financeiras em futuras licitações ou cargos públicos. O objetivo seria formar uma Câmara Municipal majoritariamente favorável à gestão da coligação.

O delegado disse que alguns candidatos a vereador da cidade, procurados pelo grupo da atual prefeita, não aceitaram a proposta e denunciaram o esquema à Polícia Federal, que iniciou as investigações da chamada Operação Machadada. Além da atual prefeita e do candidato a vice, a polícia também acusa de participação no esquema o candidato a prefeito, Neco (PMDB), que pode ser indiciado. Segundo a Polícia Federal, ele não foi preso na ação realizada na madrugada, mas há "várias provas" contra o candidato.

De acordo com a PF, três candidatos teriam aceitado a proposta. Tino Ticalú (PTdoB), Silvana de Grussaí (PR) e Alex Valentim (PR). Eles também podem ser indiciados.

"Dentro da lei"

A operação da PF aconteceu durante o período em que, segundo a Justiça Eleitoral, nenhum eleitor pode ser preso ou detido, exceto quando houver flagrante, em razão de uma sentença criminal por crime inafiançável ou por desrespeito a salvo-conduto. A regra passou a vigorar na última terça-feira (2), segundo oTribunal Superior Eleitoral (TSE).

O delegado da PF Paulo Cassiano afimou que a prisão foi feita com vigor, porém dentro da lei. Ele disse ainda que o mandado de prisão é dispensável para flagrantes.

A prisão em flagrante é possível, segundo o delegado, porque formação de quadrilha é um crime permanente, o que permite a detenção ou prisão dos envolvidos a qualquer momento, independentemente do período eleitoral. "A legislação eleitoral permite a prisão e detenção nestes casos", completou.



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