Presidente Dilma Rousseff afirma que estagnação econômica é normal durante o período eleitoral

Em jantar com comunidade judaica, presidente afirmou que o país não sofrerá com racionamento energético

Dilma Rousseff | Reprodução
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A presidente Dilma Rousseff afirmou à comunidade judaica na noite desta quarta-feira que o clima pré-eleitoral reflete no baixo crescimento econômico do país. Dilma participou de um jantar com cerca de 80 empresários, intelectuais e lideranças ligadas à Confederação Israelita Brasileira (Conib) e tentou tranquilizar os empresários ao dizer que o país não sofrerá com o racionamento energético. Nesse ponto do discurso, fez a única provocação com tom eleitoral do jantar oferecido pelo presidente da Conib, o médico Claudio Lottenberg, ao dizer que haverá racionamento de água, mas em São Paulo. O estado, governado pelo PSDB, vive uma crise de abastecimento de água.

? A presidente disse que existe uma estagnação que é normal nos períodos pré-eleitorais. Ela chamou a atenção para um particular: toda vez que tem um período eleitoral, essa instabilidade acontece. É uma tradição e não acontece apenas aqui. Uma certa estagnação acontece também nos Estados Unidos. Na reeleição do presidente (Barack) Obama também teve um sentido de paralisação. É um cenário que é normal. Ela disse que até novembro o Brasil vai passar por isso, mas, quanto à instabilidade do dólar e às questões inflacionárias, ela disse que, de certa maneira, isso está sob controle ? contou Lottenberg, em entrevista depois do jantar em sua casa.

A presidente falou longamente sobre números da economia brasileira, defendeu o programa Mais Médicos e pediu uma torcida pela Copa do Mundo. Criticada por conversar pouco com o empresariado, Dilma fez questão de cumprimentar quase todos os que participaram do encontro e de citar diversos nomes durante seu discurso. Ao final, como o jantar fora marcado no mesmo dia do aniversário da anfitriã, Ida Lottenberg, Dilma puxou o coro de "Parabéns a você".

A presidente respondeu a três perguntas dos convidados, mas o único ponto crítico partiu do jornalista e empresário João Dória Júnior, que perguntou à presidente sobre a crise de credibilidade que o país estaria vivendo. Ele contou ter participado de um encontro de empresários e investidores nos Estados Unidos e ter concluído que o país tem "quase nenhuma" credibilidade. Dória Júnior perguntou também sobre a falta de investimentos americanos no país.

? Ela deu dados que falam do crescimento do país, da taxa de desemprego, comparativamente com os Estados Unidos, que na verdade não estão crescendo como diziam que iriam crescer. A presidente disse: os Estados Unidos acreditam fortemente é no México e o que eu posso fazer com isso? ? relatou Lottenberg.

Para defender o baixo crescimento econômico do país, Dilma também comparou seu governo com os três primeiros anos de seus antecessores, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

? Os tetos inflacionários também foram elevados e, aliás, maiores do que ela está enfrentando neste momento ? disse Lottenberg, que completou: ? Todos saímos extremamente sensibilizados pelo carinho e até pela forma estruturada com que a presidente coloca as coisas. Ela conhece profundamente os números. Ela é, realmente, uma pessoa diferenciada.

À comunidade judaica, Dilma disse estar preocupada com o avanço de partidos de direita no Parlamento europeu e contou que, depois que escreveu aos líderes religiosos internacionais pedindo uma mensagem para a Copa do Mundo, os primeiros a responder foram os rabinos-chefes de Israel. Ela chegou a entregar uma cópia da mensagem israelense, que fala sobre paz, ao presidente da Conib.

Petistas da comunidade judaica participaram do jantar, como o prefeito Fernando Haddad e o governador Jaques Wagner. Entre os empresários, estavam Elie Horn, da Cyrela, Meyer Nigri, da Tecnisa, Ivoncy Ioschpe, fundador da Iochpe-Maxion, Daniel Feffer, do grupo Suzano.

Este é o terceiro jantar oferecido pela comunidade judaica a pré-candidatos à Presidência. O tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos já se reuniram com o grupo. Tanto eles como Dilma receberam mimos com significado religioso da comunidade israelita. Dilma ganhou de Lottenberg com um menorah, o candelabro judaico.



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