Pressão de PT e PSDB não influencia Marina, afirmam dirigentes do PV

Integrantes da executiva preveem disputa acirrada dentro do partido

Marina Silva, durante entrevista coletiva | g1
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Dirigentes do Partido Verde afirmam que a pressão que aliados de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) já começaram a fazer para obter o apoio de Marina Silva no segundo turno da disputa presidencial não surtirá efeitos sobre a decisão dela.

A senadora Marina, que teve 19.636.359 votos, o equivalente a 19,33% dos votos válidos, já afirmou ter sido procurada pelos dois candidatos e estimou que uma decisão deve ser tomada em até 15 dias.

"Ambos me telefonaram para parabenizar pela contribuição que demos ao país, pelas propostas que apresentamos e ambos, muito rapidamente, manifestaram desejo de ter uma oportunidade de conversar", disse Marina.

Além dos próprios candidatos que disputam o segundo turno, aliados vão atuar mais fortemente para tentar convencer a senadora. Por parte do PSDB, um deles deve ser o candidato do PV ao governo do Rio de Janeiro, o deputado federal Fernando Gabeira, que se aliou ao PSDB no estado e já anunciou apoio a Serra. Pelo PT, o governador eleito do Acre, senador Tião Viana, com quem Marina tem relacionamento pessoal, deve atual em prol de Dilma.

Para o vereador e deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro Alfredo Sirkis, que coordenou a campanha de Marina no começo do primeiro turno e integra a executiva nacional do PV, a decisão de Marina não será influenciada pelas pressões. "Marina tem uma personalidade muito forte e não se deixa influenciar. Vai fazer o que tiver no coração e na mente", afirmou.

Sirkis disse que, dentro do partido, há divergências sobre quem se deve apoiar. Ele, porém, não quis adiantar qual decisão tomará, já que tem voto na executiva. "Marina e eu decidimos que só falamos na convenção."

Alfredo Sirkis também desconversou sobre a posição do presidente da legenda, Luiz Penna, de apoiar o presidenciável José Serra. "Ele não falou isso, foi uma interpretação", disse.

O vereador disse ainda que sabe que não haverá unanimidade no partido. "Evidentemente que vai haver uma decisão, mas é impossível que por unanimidade seja aceita. É um partido de opinião, não um que seja comprado ou vendido. (...) Absolutamente previsível que vai haver opiniões diferentes e encontraremos uma forma de canalizar o dissenso."

O ex-deputado federal Luciano Zica, que também integra a executiva nacional e é um dos dez integrantes indicados por Marina, concorda que será uma disputa interna difícil. "PV está com PT no Pará, no Mato Grosso do Sul. Está com PSDB no Rio de Janeiro e tem uma relação estreita em São Paulo. (...) Vai depender da convenção, mas a Marina vai ter espaço na decisão."

Para Zica, embora o resultado a ser seguido no partido seja a decisão definida na convenção, os militantes e dirigentes que tiverem posição contrária serão liberados. "Marina vai ouvir as forças vivas (movimentos sociais e intelectuais) em reunião em São Paulo. Depois, será convocada uma convenção. Está em resolução do partido que, em caso de haver segundo turno sem Marina, o PV faria uma convenção para decidir, ressalvado o direito da minoria", disse sobre possíveis divergências.

O ex-deputado afirma que, em sua opinião, Marina deveria ficar neutra. "Se fosse eu, tomaria a posição da neutralidade. Marina passou a campanha inteira que ambos são iguais. Sou pela neutralidade".

Questionado sobre as pressões de PT e PSDB, disse que nem o partido e nem Marina se curvarão à oferta de cargos. "Não temos interesses em ministérios, queremos uma posição coerente."



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