Dilma dá posse a quatro ministros e diz que chega a seu quarto ano fazendo o que prometeu em 2010

A presidente também agradeceu aos ministros que deixam o governo para disputar as eleições deste ano

Dilma dá posse a quatro novos ministros | Roberto Stuckert Filho/PR
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Em discurso na cerimônia de posse de novos ministros, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (3) que chega a seu quarto ano de mandato "seguindo as diretrizes" do que prometeu durante a campanha de 2010. Ela fez um balanço de seus três anos na Presidência e defendeu os "fundamentos macroeconômicos" que asseguraram, segundo Dilma, benefícios sociais e pleno emprego.

"Nós chegamos ao quarto ano de mandato seguindo as diretrizes que nos propusemos durante a campanha e, também, desde a posse. Os nossos objetivos foram claros: nós queríamos manter os fundamentos macroeconômicos, com crescimento da economia, todo o processo de inclusão social iniciado desde 2003 com a eleição do presidente Lula", disse.

Segundo ela, seu governo assegurou que "deveria ser mantido e ampliado a manutenção da geração de empregos mesmo numa situação dramática de crise".

Dilma chega a seu quarto ano de mandato sob desconfiança nos rumos da política econômica ? tema esse que deve pautar as principais decisões do governo no primeiro semestre. Às vésperas da corrida eleitoral, a presidente tem lançado mão de um discurso focado nas principais questões que inquietam atuais e futuros investidores no país.

A presidente também agradeceu aos ministros que deixam o governo para disputar as eleições deste ano. "As mudanças nos ministérios numa democracia são inevitáveis. Alguns de nossos ministros decidiram buscar nas urnas a oportunidade de buscar novas tarefas executivas. É o que farão meus amigos Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, aos quais desejo muita sorte na sua caminhada", disse Dilma.

Sobre Padilha, que deverá disputar o governo de São Paulo neste ano, a presidente destacou a implementação do Mais Médicos, pelo qual foi aplaudido. Dilma também agradeceu a Gleisi, que, por sua vez, disputará o governo do Paraná, e destacou o programa de concessões do governo federal.

Dilma adotou tom elogioso ao falar de seu novo ministro da Casa Civil, o petista Aloizio Mercadante. "À frente do Ministério de Ciência e Tecnologia e do MEC, desempenhou com competência suas funções, implantando programas estratégicos para o país e para a educação do nosso pais, como é o caso da Alfabetização na idade certa, Ciência sem Fronteiras e Pronatec, de ensino técnico e capacitação profissional."

Em seguida, a plateia reagiu ao ouvir o nome do novo ministro da Educação, então secretário executivo da pasta, José Henrique Paim. "As palmas são reconhecimento do fato de que o [José Henrique] Paim tem todas as condições de assumir o ministério da educação. O Paim tem só uma missão: ele só precisa (...) agir com a mesma competência que agiu nos últimos anos como secretário-executivo do Ministério da Educação.

A REFORMA

Dilma dá cabo à terceira de suas reformas ministeriais. Aloizio Mercadante, Arthur Chioro, José Henrique Paim e Thomas Traumann assumirão, respectivamente, Casa Civil, Saúde, Educação e Comunicação Social.

CASA CIVIL

Aloizio Mercadante, que era o titular da Educação, já vem despachando no Palácio do Planalto. Ele substituirá a ministra Gleisi Hoffmann, que sairá candidata ao governo do Paraná pelo PT neste ano.

Na saída de Mercadante, MEC (Ministério da Educação) definiu em 2014 um reajuste de 8,32% no piso nacional dos professores da educação básica e causou atrito com a categoria. Paim, que era secretário-executivo do MEC, assumirá o posto deixado pelo petista.

SAÚDE

No lugar de Alexandre Padilha na Saúde, ficará Arthur Chioro, atual secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP). Padilha, por sua vez, será o candidato do PT ao governo de São Paulo.

Chioro é alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo por improbidade administrativa. Chioro afirmou que não vê "nenhuma irregularidade" em ser sócio de uma consultoria que atua na área da saúde ao mesmo tempo que ocupa o cargo de secretário municipal da Saúde em São Bernardo do Campo (SP), mas pediu afastamento da empresa e cedeu as ações para sua mulher, Roseli Regis dos Reis, que passa agora a ser a sócia majoritária.

EDUCAÇÃO

O novo ministro da Educação, José Henrique Paim, é réu numa Ação Civil Pública que corre na Justiça Federal em São Paulo desde 2006.

Ele responde por irregularidades identificadas pelo Ministério Público num convênio de R$ 491 mil firmado entre o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), que foi presidido por Paim, com a ONG Central Nacional Democrática, para alfabetizar jovens e adultos.

De acordo com a assessoria do Ministério da Educação, uma falha administrativa fez com que a recomendação do Ministério Público não chegasse a Paim, por isso os recursos teriam sido liberados. Em nota, a assessoria diz que uma apuração interna foi feita no FNDE e inocentou Paim de responsabilidade.

COMUNICAÇÃO SOCIAL

A ministra Helenas Chagas (Comunicação Social )será substituída pelo porta-voz da Presidência, Thomas Traumann. Em sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, Chagas alfinetou o PT e disse que manteve o critério da mídia técnica, adotado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O critério da mídia técnica, que herdamos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que soubemos preservar e aprimorar, propiciou a oportuna e equilibrada publicidade governamental de tais ações públicas, trazendo ao cidadão informação clara e objetiva a respeito de seus direitos e das oportunidades que lhe eram impostas. São hoje 9.963 veículos cadastrados em todos os Estados", diz a ministra.

A mensagem de Chagas é em resposta à crítica petista que defendia, desde 2012, um realinhamento editorial na definição dos patrocínios federais. O PT deseja que o ministério contemple mais os veículos alinhados à defesa da administração petista.



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