Exclusivo Rafael Fonteles classifica como “impossível” reaproximação com Ciro Nogueira

Rafael elencou os investimentos realizados durante o ano de 2023 e apontou as principais obras do governo até o momento.

Rafael Fonteles classifica como "impossível" reaproximação com Ciro Nogueira | Jéssica Dayane
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O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT) concedeu entrevista nesta terça-feira (16) ao jornal Agora, programa diário apresentado pelo jornalista Amadeu Campos com a participação de comentaristas políticos. Rafael elencou os investimentos realizados durante o ano de 2023 e apontou as principais obras do governo até o momento. Ele também falou sobre política partidária e classificou como impossível uma reaproximação com o senador Ciro Nogueira.

Sobre os recursos investidos em 2023, Rafael destacou as principais obras realizadas e revelou o valor dos recursos que atingiram um novo recorde, quando comparado aos dois anos anteriores. Ele apontou a capacidade de investimento como uma forma de avaliar a gestão.

"Costumo dizer que ela tem que ser avaliada pela capacidade da gestão de resolver os problemas da população. Você só resolve os problemas com investimentos. Uma rodovia que precisa ser recuperada, um hospital que precisa de novos equipamentos ou ampliação, uma escola que precisa ter condições de infraestrutura melhores. Desde o governo Wellington Dias a gente conseguiu organizar o estado, e eu era secretário de Fazenda, de modo que o Piauí passou a ter capacidade de investimentos com recursos próprios. Mesmo no governo anterior que perseguia os estados, a gente foi capaz de investir, em 2021, 1.6 bilhão de reais, em 2022, 2.5 bilhões de reais, e 2,7 bilhões de reais em 2023, sendo 90% desse valor com recursos próprios. Imagine agora com o PAC. O Piauí é o que mais conseguiu captar recursos, mérito do prestígio que o estado tem com o presidente Lula, mas também da atuação da bancada federal. 

"Esse investimento está na recuperação da malha rodoviária estadual, na infraestrutura. Na área da saúde, temos por exemplo a nova maternidade de Teresina, a maior e melhor maternidade pública do país. Esse é um investimento público feito com esse dinheiro. Na educação, nós já temos mais de 150 escolas da rede estadual com ar-condicionado, biblioteca, laboratório de ciências, laboratório de informática, refeitório e ainda faltam mais de 400 para ter esse padrão, mas já foi um grande avanço e chegamos a 351 escolas de tempo integral. Na segurança pública, investimos nos batalhões, delegacias, viaturas, radiomonitoramento, videomonitoramento, tudo isso vira realmente melhoria da qualidade de vida da população" concluiu o governador.

Questionado sobre as obras do Porto Piauí, que teve sua primeira etapa inaugurada em 13 de dezembro de 2023, Rafael explicou que é uma obra de grande importância e que necessita ser realizada por etapas. 

Uma obra do Porto é uma obra que não para, ela tem permanente estágio de evolução. A primeira etapa que nós inauguramos foi a solução do grande problema que se dizia do Porto. Se dizia muito que o Porto não tinha profundidade, não era viável. Nós trabalhamos silenciosamente desde 2021 com projetos bem feitos, com licenciamento e a parte mais rápida foi a execução da obra, que não é barata. Nós executamos 62 milhões de reais pra realmente criar profundidade, ou seja, cavar dentro do mar. Daqui a 60 dias eu vou tá lá de novo inaugurando o Cais pesqueiro de 180 metros de cumprimento, com 35 metros de largura para ter a primeira vocação do Porto realizada, a vocação para cadeia produtiva da pesca. Cada obra dessa é uma licitação diferente. Passaremos a ter o aprofundamento desse calado, vamos aumentar a profundidade de 10 para 12 metros e isso vai possibilitar a chegada de navios de 30 a 50 mil toneladas. 

O chefe do executivo piauiense também comentou as dificuldades que vários estados enfrentaram em 2023 com a queda na arrecadação. O Piauí, por outro lado, não esteve na lista. Segundo Rafael, o motivo para isso foi o equilíbrio financeiro mantido por sua gestão.

Eu sou oriundo da secretaria de Fazenda. Primeiro eu vim da gestão empresarial, passei oito anos como secretário de Fazenda e uma das coisa que não posso abrir mão é o equilíbrio fiscal do Piauí. Ter capacidade de investimento só se consegue se receita e despesa estiverem equilibradas. A gente tá fazendo uma política fiscal na gestão seguindo essa mesma linha de garantir a organização das contas. Felizmente, o Piauí é um dos que mais está crescendo a sua economia. Esse ano ainda não saiu o resultado, mas provavelmente nós estaremos entre os três estados que mais gerou emprego. Logo, isso reflete na nossa arrecadação, e olha que nós sofremos com a queda do FPE no segundo semestre.

Acredito que não é uma bandeira de esquerda ou direita. É uma bandeira do estado, só existe política pública, qualquer que seja ela, se tiver recurso. A gente tem que ter isso como premissa. Acho que já fizemos um grande trabalho junto ao governador Wellington Dias enquanto fui secretário. A nossa capacidade de investimento hojke é superior a 10% da receita.

OPA - Orçamento participativo

Rafael também informou a expansão do programa de Orçamento participativo, que foi implementado em Teresina e Parnaíba e será ampliado para cidades com população acima de 50 mil habitantes. "Esse orçamento é de fato uma revolução na democracia participativa direta. As pessoas votam em representantes que vão cuidar dos recursos do povo. Votaram em mim, por exemplo, e eu administro o orçamento junto com a Assembleia Legislativa. A gente quer evoluir para que essa participação do povo não se restrinja apenas a eleição, mas que possa participar também da escolha de obras, a partir de um sistema inteligente que possa captar o desejo da população. Teresina e Parnaíba foram prioridades porque são as maiores cidades, mas vamos ampliar agora para Picos, Piripiri e Floriano. Primeiro fizemos um recorte acima de 100 mil habitantes e agora acima de 50 mil".

Rafael Fonteles classifica como "impossível" reaproximação com Ciro Nogueira- Foto: Jéssica Dayane

Relação com Wellington Dias

Alvo de constantes especulações sobre uma relação estremecida com o ex-governador e ministro Wellington Dias, Rafael Fonteles destacou que só toma conhecimento dessas falas por parte da imprensa. 

"A relação que eu tenho com o ministro Wellington Dias é quase uma relação de pai para filho. Então a gratidão e o fato da gente ter trabalhado juntos pelo mesmo projeto, ele me convidou para ser secretário, então confiou nossa capacidade técnica. A gente não trata de gestão exatamente de maneira igual, porque somos pessoas diferentes, mas as premissas, a forma de ver a política como transformadora da sociedade, tendo um amplo leque de apoio político para garantir a governabilidade. Nunca teve, não tem e não terá".

Ciro Nogueira

Questionado se existe a possibilidade de uma reaproximação com o senador Ciro Nogueira, com base na composição feita em 2018 após Ciro ter votado o impeachment da ex-presidente Dilma, Rafael foi categórico e considerou como impossível. "Acredito que não. O senador Ciro tá muito alinhado ao ex-presidente Bolsonaro. O natural que aconteça é estarmos em campos totalmente opostos. Não vai acontecer. É praticamente impossível. A população tá vendo a posição de cada um".

Meta de eleições 

Eu tô muito confiante na nossa gestão, acho que tem sido uma gestão que está em sintonia com o povo, mas cada eleição tem a sua história. Se o nosso grupo político fizer o deve de casa e estar unido na maioria das cidades, é óbvio que esses candidatos serão extremamente competitivos. Tô muito confiante, por exemplo, em Teresina. Venho me surpreendendo positivamente com o desempenho do pré-candidato Fábio Novo. O momento não é de fazer a campanha, o momento é de conversar com o povo. Por isso eu acho que o sucesso do nosso campo político será muito grande.

Paulo Márcio vice de Fábio Novo

Tem algumas questões que são subjetivas e outras objetivas. Uma pessoa para ganhar a eleição ela precisa ter a maioria dos votos, é 50% mais um. É assim a regra do jogo. Para um candidato majoritário ganhar as eleições, ele tem que estar com um time que represente mais de 50% do eleitorado. As vezes o povo diverge dos líderes, isso acontece, mas do ponto de vista das alianças, quem quer governar uma cidade deve estar disposto a receber o apoio de qualquer pessoa que queira construir um projeto conjuntamente. Veja o caso do presidente Lula. Em uma eleição extremamente polarizada, aceitou o apoio de um ex-rival que disputou eleição com ele, tinha pensamento com relação ao partido dele, mas aceitou o apoio, como vice e ganhou as eleições. 

Apoio em cidades 

O que eu posso fazer é sugerir que as pessoas da nossa base se unam. Agora, é claro que vai acontecer situações em que os dois candidatos que vão disputar nos apoiaram na eleição anterior. Mas tem lugares que tem mais de um candidato da base contra um candidato da oposição, aí parece falta de juízo, pois não tem segundo turno, exceto Teresina. Quem manda no processo eleitoral é o povo. A gente vai respeitar as decisões, mas temos que ter compromisso se quisermos vencer as eleições para poder unir se quiser vencer.



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