Relator propõe retirar royalties de projeto do pré-sal

Ele também quer tirar previdência das áreas beneficiárias do fundo social.

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O deputado Antonio Palocci (PT-SP), relator do projeto que muda o modelo de exploração de petróleo na camada pré-sal e cria um fundo social, propôs em seu texto retirar do projeto a emenda incluída no Senado que muda a distribuição dos royalties em toda a exploração de petróleo no mar, mesmo fora do pré-sal. O relatório foi lido em plenário na Câmara por Palocci nesta quarta-feira (1º) durante sessão extraordinária convocada para tentar votar a proposta.

A emenda que Palocci deseja retirar do texto é de autoria de Pedro Simon (PMDB-RS) e foi aprovada pelo Senado. Ela inclui no projeto que os royalties e participações especiais da exploração de petróleo no mar destinadas a estados e municípios vão ser divididos entre todos de acordo com critérios do fundo de participação. A emenda também prevê que a União compense as perdas bilionárias de arrecadação que teriam os estados e municípios produtores de petróleo.

Palocci argumenta que se a União tiver de compensar estas perdas, o fundo social ficaria "vazio". "Assim se cria um fundo sem recurso, não haverá fundo social".

O deputado questiona a própria mudança na distribuição de royalties. Ele argumenta que é preciso fazer uma discussão com os novos governadores, deputados e senadores sobre o tema. Palocci diz defender uma mudança que dê mais recursos para os estados e municípios não produtores, mas argumenta que é preciso ter cuidado em relação a "conquistas" dos produtores. Para ele, é melhor deixar o tema mais para frente porque ainda não há consenso sobre como resolver a questão.

"Meu relatório propõe não mexer neste momento porque nada muda do que é hoje. Eu até acho que deve mudar porque a grande maioria quer isso, mas não se chegou ainda a um mínimo consenso e nós não podemos eliminar conquistas históricas dos produtores. Acho que é possível discutir isso depois e em dois ou três meses chegar a um acordo", afirmou Palocci.

Outra mudança proposta no relatório de Palocci em relação ao texto do Senado é a retirada da previdência da lista de áreas beneficiárias de recursos do fundo social. Pelo texto aprovado na outra Casa, além da previdência, os recursos do fundo iriam para combate à pobreza e desenvolvimento da educação, da cultura, do esporte, da saúde pública, da ciência e tecnologia, do meio ambiente e da mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Palocci quer retirar a previdência com o argumento de que o fundo é finito porque o petróleo um dia irá acabar. "Este fundo é finito, os bens minerais são finitos. Se você comprometer dessa forma os recursos deste fundo algum dia alguém deixará de receber porque o poço de petróleo acaba."

O relator alterou ainda a reserva feita pelo Senado de metade do fundo social para a área de educação. Pelo texto de Palocci, somente metade do que for obtido com as aplicações feitas pelo fundo terá como destino exclusivo a educação.

Cabe ao plenário da Câmara decidir se aceita as mudanças feitas pelo relator. A sessão extraordinária foi aberta às 20h e, após a leitura do relatório, abriu-se a fase de discussão. A votação acontece sob obstrução dos parlamentares que defendem a chamada PEC 300, que cria um piso salarial nacional para policiais e bombeiros. Eles querem a votação imediata da proposta, mas os líderes fecharam um acordo para deixar o tema para o ano que vem.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES