Revisor do mensalão absolve João Paulo por corrupção

Lewandowski afirmou que deputado não teve participação direta na contratação da empresa de Valério.

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O revisor do processo do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, votou nesta quinta-feira (23) pela inocência do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) na acusação de corrupção passiva. O ministro entendeu que a Procuradoria Geral da Repúlica usou "tese abstrata" ao acusar Cunha pelo crime.

Para o revisor, não há indícios de que Cunha tenha "privilegiado" o empresário Marcos Valério com a abertura de uma licitação na Câmara para contratar uma agência de publicidade. A empresa de Valério foi a vencedora da licitação.

Ao votar pela absolvição de Cunha, Lewandowski afirmou que deputado não teve participação direta na contratação da empresa de Valério.

O voto de Lewandowski é o segundo sobre o caso envolvendo Cunha, que é candidato à prefeito de Osasco. No voto anterior, do ministro relator, Joaquim Barbosa, o petista fo considerado culpado pelos crimes peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Outros nove ministros ainda precisam votar.

Lewandowski disse que o processo de contratação seguiu os trâmites legais e que foi autorizada pelo ex-primeiro-secretário da Câmara Geddel Vieira Lima (PMDB). O ministro disse também que o petista apenas cumpriu seu dever como presidente da Casa, chamando uma comissão para acompanhar a licitação. Assim, não haveria o "ato de ofício", ou seja, a razão administrativa pela qual teria recebido propina.

"O Ministério Público não logrou prova sequer nem mero indício de que Cunha interferiu nos trabalhos da comissão ou dar tratamento privilegiado a SMP&B. Todas as provas evidenciam a total autonomia e a rigidez do processo licitatório como apontou o TCU [Tribunal de Contas da União]", disse.

"As subcontratações não eram feitas em critérios subjetivos. O MP não apontou ato de oficio praticado pelo réu, lançou tese abstrata de que Cunha tinha dado tratamento privilegiado [às empresas de Valério]. Não há na denúncia nenhuma discrição precisa do alegado tratamento privilegiado durante o certame em troca da vantagem supostamente recebida",

R$ 50 MIL

Sobre a acusação de que Cunha recebeu R$ 50 mil de Valério, sacados por sua mulher numa agência do Banco Rural, Lewandowski acolheu a tese da defesa de que o dinheiro foi autorizado pelo PT para pagar pesquisas eleitorais.

"Não resta dúvida de que o repasse foi autorizado pelo PT custear pesquisas eleitorais em Osasco. [...] Esses R$ 50 mil nada tinham a ver com a licitação, mas com a pesquisa. Não há ligação de vantagem devida e o ato de ofício", disse.

Essa tese reforça a linha das defesas de que houve um esquema de caixa dois -- dinheiro de campanha não declarado à Justiça. "É comum no aludido ramo a ocorrência de pagamentos em dinheiro", afirmou o ministro em relação a pagamentos de pesquisa.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES