Sarney diz que fica, cita biografia e isenta senadores de atos secretos no Senado

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se defendeu das acusações que enfrenta na Casa

Sarney diz que fica na presidencia do Senado | Reprodução
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O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se defendeu das acusações que enfrenta na Casa falando da sua biografia política - desde a ditadura militar até a atuação como senador -, citando diversas vezes o presidente Lula e disse que ficará no cargo. "Permaneço pelo Senado", disse o presidente. Sarney ainda se defendeu da acusação de participação em atos secretos e isentou os demais senadores. "Ninguém sabia dos atos secretos", disse.

Sarney atribuiu os ataques que vem sofrendo nos últimos meses a "uma campanha para desestabilizar" sua gestão à frente da Casa. No esperado discurso em que rebate as críticas sofridas, Sarney declarou que as denúncias contra ele fazem "parte de um projeto político e de uma campanha para desestabilizar", disse. "A mídia nunca se concentrou tanto contra uma pessoa", disse o peemedebista, complementou

O peemedebista buscou minimizar as representações e denúncias contra seu nome, no Conselho de Ética, alegando que todas dependeram de notícias de jornais e que "coisas menores" podem ser "jogadas e manipuladas". "Todas são respaldadas por recortes de jornais". Sarney atribuiu os ataques que vem sofrendo nos últimos meses a "uma campanha para desestabilizar" sua gestão à frente da Casa. No esperado discurso em que rebate as críticas sofridas, Sarney declarou que as denúncias contra ele fazem "parte de um projeto político e de uma campanha para desestabilizar".

"Até hoje não usei essa tribuna para rebater as inverdades contra mim destinadas aqui mesmo e na mídia nacional. Vim hoje para expor tudo que fizemos e estamos fazendo pelo Senado, seguindo a linha das minhas administrações anteriores. Avaliei que as críticas eram (...) rescaldos da eleição, mas eram mais profundas", argumentou.

Sarney disse que as denúncias de é vítima "não são queda de padrão ético". "Nunca meu nome foi encontrado em qualquer escândalo. As acusações que a mim foram feitas, nenhuma coisa se refere com dinheiro ou prática de atos ilícitos. São coisas que representam nenhuma queda de padrão ético", declarou.

Sarney é alvo de representações e denúncias no Conselho de Ética sob a acusação de envolvimento com os chamados atos secretos ao autorizar uma série de decisões administrativas sem divulgação e dar aval para contratações sem publicidade, favorecendo inclusive o namorado de sua neta.

Ainda recaem sobre o presidente do Senado denúncias de desvio de recursos públicos dados como patrocínio à fundação que reúne documentos da época em que ele era presidente da República. Ao ser confrontado em um primeiro momento com as acusações, o parlamentar chegou a dizer que não tem "responsabilidade administrativa" sobre a entidade, apesar de o estatuto da fundação o classificar como "presidente vitalício (...) com responsabilidades financeiras e (...) poder de veto" sobre as decisões.

Atos Secretos

Sarney voltou a negar que soubesse da existência dos chamados atos secretos, definidas como decisões administrativas tomadas nos últimos 14 anos em caráter secreto para beneficiar a contratação de parentes e promover reajustes ocultos.

"Ninguém aqui nessa Casa sabia ou podia pensar que existiam atos secretos", declarou em discurso feito em Plenário para se defender da recente onda de denúncias. Dos 663 atos assinados considerados secretos, 152 tinham sido publicados no Diário do Senado. Dos 511 restantes, 358 são movimentação de pessoal e rotina da Casa, e 36 foram da Mesa Diretora.

"Parece que fui eu que fui responsável por todos esses atos, e a opinião pública passou a ter informações erradas, deformadas e incompletas", alegou, citando quantos atos secretos os então presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Garibaldi Alves (PMDB-RN), por exemplo, assinaram em suas gestões.

"Não se sabe por qual motivo 511 atos não foram incluídos na rede (interna de computadores), uma média de 56 por ano. Para a nação inteira foi dito que eu era responsável por todos os atos secretos. Nenhum de nós ex-presidentes sabia da não-publicação desses atos. Só fiz corrigir erros e tomar medidas saneadoras".

Nepotismo

O peemedebista contestou as denúncias de que seria responsável pela prática de nepotismo na Casa e disse não conhecer boa parte dos servidores que supostamente teriam sido beneficiados com contratações por meio dos atos secretos. De acordo com Sarney, os funcionários foram nomeados pelo então diretor-geral, Agaciel Maia, que recebia formalmente uma requisição de cada senador que desejava indicar um servidor.

"Essas nomeações eram feitas pelo diretor-geral com a requisição dos senadores (que receberiam os funcionários). Colocaram como se fosse eu. Estão aqui as requisições (de contratação). Sou acusado por essa lista como se fosse minha, mostrando meu nepotismo", criticou.

Em discurso feito em Plenário para rebater as denúncias formuladas contra ele, o presidente do Senado, admitiu apenas um caso em que a servidora Vera Portela Macieira Borges foi nomeada para um cargo na presidência da Casa, por intermediação do senador Delcídio Amaral (PT-MS).



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