Sem papas na língua, Romário se diz ‘puto’ e pede ‘alguma porra pra fazer’ em Brasília

Romário reclamou da paralisia do Congresso.

O deputado Romário em visita a Teresina. | Efrém Ribeiro
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Reaberta na semana passada, a Câmara federal encerra a segunda semana de ?trabalho? sem votar nenhum projeto. A pauta é extensa. Mas um desacordo do bloco governista com a oposição e com parte de seus próprios aliados leva à paralisia. Gerente de polêmicas, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), preferiu encerrar a sessão desta quarta (8) sem testar os humores do plenário.

Abespinhado, o deputado Romário (PSB-RJ) plugou-se à internet na madrugada desta quinta (9). Despejou sua irritação no twitter. Dirigindo-se à ?galera? que o segue na web, disse estar ?feliz e puto também?. Ele como que sugeriu um título para sua indignação: ?Romário fica indignado com lentidão na Câmara.?

Na ponta do lápis, a inatividade remunerada da Câmara dura dez dias. Mas Romário exagerou: ?Tem 3 semanas que venho em Brasília para trabalhar e nada acontece. E olha que estamos em ano de eleição.?

Autoconvertido numa espécie de zagueiro de tome de várzea, o ex-jogador foi à canela: ?Espero que na minha próxima vinda a Brasília tenha alguma porra pra fazer. Ou será que o ano só vai começar depois do Carnaval?

Sob o comando de Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder de Dilma Rousseff na Câmara, o pedaço do consórcio governista leal ao Planalto pretendia votar o projeto que cria o Funpresp, fundo de previdência complementar dos servidores públicos.

Essa proposta foi guindada por Dilma à condição de prioridade. Porém, conforme noticiado aqui na véspera, os ?aliados? PR e PDT decidiram desafiar a presidente. Associaram-se a uma ameaça de obstrução do PSDB.

Vaccarezza recuou. Marco Maia cogitou levar a voto uma das quatro medidas provisórias que atulham a pauta de votações. O líder de Dilma se opôs. E nada foi votado. Nem mesmo um projeto previdenciário que parecia incontroverso.

Trata-se da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) número 270. Tramita na Câmara desde 2008. Concede proventos integrais a trabalhadores aposentados por invalidez. Em dezembro do ano passado, fora aprovada em primeiro turno.

Antes de ser enviada ao Senado, a proposta precisa ser confirmada numa segunda votação. Nessa matéria, impera o consenso. Mas nada de votação. Romário fez da língua um bico de chuteira.

Chutou uma vez: ?Não foi votada porque os parlamentares alegaram falta de tempo hábil para concluir se ela é positiva ou negativa para o povo.? Bicou de novo: ?Têm quatro anos que essa PEC tramita na Casa e não tiveram tempo de decidir se é boa ou ruim??

Na zaga do twitter, o ex-artilheiro tratou também do tema que monopoliza as manchetes: a revolta dos policiais militares. Anotou: ?A PEC 300 também não foi votada. Têm greves acontecendo, pessoas morrendo e lojas sendo saqueadas. Nós políticos somos culpados mesmo!?

A PEC 300 é aquela proposta de emenda constitucional que cria um piso nacional para os salários de PMs e bombeiros. A Câmara aprovou-a primeiro turno. Deu-se em julho de 2010, a três meses da eleição presidencial. Desde então, o governo opera para que o segundo round da votação não ocorra.

Romário desaprova os meios empregados pelos PMs em greve na Bahia, mas apoia os fins: ?Claro que nada tem que ser levado para o lado da violência e muito menos da baderna, mas temos que resolver o problema dos policiais.?

Alheio à alegação de insuficiência orçamentária, o deputado toma as dores dos PMs ??profissionais que têm família e dão a vida para garantir a nossa vida?? de olho em potenciais eleitores ??um policial carioca não pode ganhar menos de R$ 1 mil.?

Afaga também os soldados de outras praças, adiantando o voto: ?Os policiais de outros Estados também não podem ganhar menos do que tem direito. Antecipadamente, digo que vou votar a favor dos policias.?

Como que receoso de tomar um cartão vermelho, perte de três da madrugada, Romário retirou-se de campo: ?Vou parar por aqui pra não dar mais porrada. Boa noite! Valeu!?



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