Serra emite sinais de candidato

Tucano não falou abertamente, mas discursou no Senado como presidenciável do PSDB

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Pressionado pelo partido e com os aliados de Aécio Neves em plena movimentação pela troca do candidato, o governador de São Paulo, José Serra, disse pela primeira vez, ainda que de forma meio atravessada, que será candidato. Foi quando a repórter do programa CQC, Mônica Iozzi, lhe perguntou, de forma bem-humorada: ?E aí? Vai pipocar da candidatura a presidente??. ?Não, vou comer pipoca?, disse Serra, na saída do Congresso, onde não conseguiu disfarçar um certo desconforto com o movimento dos aecistas. O presidente do partido, Sérgio Guerra, o socorreu: ?Não pode sobrar na cabeça de ninguém a ideia de que Serra não é o candidato. Até o fim da semana, vão achar que Serra é o candidato?, respondeu, tentando baixar a poeira que agita o partido, desde que Dilma Rousseff (PT) se aproximou de Serra nas pesquisas.

Embora tenha evitado falar abertamente sobre candidatura, Serra discursou como tal no plenário do Senado. Exaltou as raízes da democracia implantadas por Tancredo Neves, e lembrou que participou daquele momento, como um dos coordenadores do programa de governo do presidente eleito ? o PT foi contra e chegou a expulsar quem votou a favor de Tancredo.

Dos discursos de Tancredo, Serra pinçou uma frase da carta de posse lida na época pelo vice José Sarney: ?Deixemos para trás tudo o que nos separa e trabalhemos sem descanso para recuperar os anos perdidos na ilusão e no confronto estéril. Estou certo de que não nos faltará a benevolência de Deus. Entendamos a força sagrada deste momento, em que o povo retoma, solenemente, seu próprio destino. Estava dada a senha de que o confronto do PSDB é estéril, com recados ainda para o PT que, disse Serra, foi visto no princípio como uma ?força à margem da política nacional? e terminou como um dos principais beneficiários da eleição do primeiro presidente civil. Soube, posteriormente, colher bons frutos do Plano Real, do Proer e da Lei de Responsabilidade Fiscal?.

Plano Real

Embora tenha se referido à eleição de Sarney, em 1985, como ponto maior da vida pública do atual presidente do Senado, fez menções positivas aos planos econômicos do passado: ?O Plano Real não teria acontecido, não fosse a experiência com os planos anteriores (?) O Brasil mudou, e para melhor?, disse Serra.

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O plenário ouviu atentamente o discurso de Serra, especialmente, a citação ao governador de São Paulo em 1985, Franco Montoro: ?Ele explicitou ao presidente Tancredo Neves que, dadas as circunstâncias possíveis, de não se ter eleições diretas para presidente, São Paulo apoiaria Tancredo Neves, apoiaria Minas?. Para os paulistas, ficou claro que agora São Paulo espera essa retribuição de Minas. Para os mineiros, no entanto, foi uma brecha para que Serra repita o gesto de Montoro.

O presidente Lula comentou a agitação tucana e o desempenho da sua candidata nas pesquisas: ?É uma grande bobagem imaginar que uma pesquisa deixa um candidato com medo, com oito meses de antecedência de uma eleição. O jogo está começando e está bom. Há um certo equilíbrio?, afirmou, confiante na subida de Dilma. ?Ela ainda vai ficar mais conhecida quando andar o Brasil a fazer campanha.?

E aí? Vai pipocar da candidatura a presidente??, perguntou a repórter do CQC. ?Não, vou comer pipoca? disse Serra.



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