O PMDB tem nas mãos o peso de decidir os rumos do processo sucessório de 2010 no Piauí. Relutante em se declarar pré-candidato ao Governo, o prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (PSDB), deu ontem um passo importante na construção de uma chapa para disputar as próximas eleições. Junto com o secretário municipal Luciano Nunes Filho, o prefeito fez uma visita à sede do PMDB, onde acenou para a intenção de construir uma aliança com o partido.
?Não é proibido falar de política, então conversamos sim sobre o assunto?, disse. Mendes contou ainda que o apoio do PMDB seria crucial para o lançamento de uma candidatura tucana. ?Não propus nenhum acordo porque seria deselegante para o partido que está na base aliada e tem seu próprio candidato, mas gostaria sim de uma união com o PMDB?, confessa, destacando que, se o apoio fosse anunciado imediatamente, ele já se assumiria como candidato da oposição.
Sílvio também convidou os peemedebistas para a convenção do partido, que vai acontecer no próximo dia 5 de dezembro e empossará Luciano Nunes como novo presidente estadual dos tucanos. Na reunião também estiveram presentes governistas do PMDB e entusiastas da oposição no partido, como o secretário de Governo Kleber Eulálio, o presidente da Alepi, Themístocles Filho, os deputados Warton Santos e Mauro Tapety.
Ferrenhos defensores da permanência na base, como Themístocles, já mudam o tom do discurso ao tratar de uma união com o PSDB. O deputado é cotado como principal nome para compor a chapa com os tucanos. Nesse caso, Marcelo Castro tentaria a reeleição para deputado federal e Themístocles seria o vice de Sílvio Mendes. Ao confirmar presença na convenção dos tucanos, o presidente da Alepi, no entanto, destacou que hoje o PMDB ?ainda está na base?.
?O prefeito colocou seu pensamento sobre o Estado, mas não posso afirmar se ele sai ou fica no cargo. O PMDB também tem acordos com deputados, prefeitos, muitas questões precisam ser consideradas, mas onde o partido estiver, estará unido?, avaliou.
Na semana passada foi a vez do vice-governador Wilson Martins (PSB) encontrar-se com a cúpula peemedebista. Ele negociou com a sigla o adiamento na data de escolha do candidato governista, de março para junho.
O senador e pré-candidato João Vicente Claudino (PTB) já rechaçou uma união com o PSDB, e garantiu que continua na base aliada.
Enquanto a base aliada equilibra-se em quatro pré-candidatos e 11 partidos, o PSDB segue sozinho e aguarda o racha do bloco governista para costurar uma aliança com um partido que dê estrutura aos tucanos no interior do Estado na acirrada disputa do ano que vem.
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