Téssio Tôrres quer o olhar da advocacia na visão institucional do TRT 22

Em entrevista ao Jornal Meio Norte, o candidato a vaga de desembargador do TRT elenca suas principais bandeiras.

Em entrevista ao Jornal Meio Norte, o candidato a vaga de desembargador do TRT elenca suas principais bandeiras. | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Candidato à vaga do Quinto Constitucional no Tribunal Regional do Trabalho da 22ª região, o advogado Téssio Tôrres tem uma notável experiência na área trabalhista, e caso seja eleito, pretende levar o olhar da advocacia não só para as decisões judiciais, mas também para a visão institucional que as Cortes de Justiça devem ter sobre a advocacia. "Na minha vivência como advogado tive a oportunidade de advogar para trabalhadores dos mais diversos ramos de atividade, pequenas empresas, bancos, empresas públicas, sociedades de economia mista e municípios, o que me proporcionou uma experiência multifacetada das peculiaridades inerentes a cada um desses atores do processo trabalhista, compreendendo suas dificuldades e diagnosticando seus anseios".

Possuindo como bandeiras de atuação o respeito às prerrogativas dos advogados, o combate ao aviltamento dos honorários advocatícios, tal como a interiorização da Justiça do Trabalho, a ampliação dos mecanismos de acesso tecnológico ao TRT, entre outras, Téssio Tôrres destaca ainda a missão de disponibilizar a todos os advogados e advogadas um gabinete que de fato seja acessível e sobretudo humanizado, praticando uma escuta ativa dos problemas e necessidades. "Tudo isso no intuito de fazer que o advogado se sinta efetivamente partícipe desse processo, uma vez que é ele o responsável pela razão de existir o Poder Judiciário, pois o advogado é que faz a Justiça do Trabalho tomar conhecimento, analisar e julgar as demandas existentes na sociedade (capital e trabalho)", sinalizou.

Téssio Tôrres em entrevista ao Jornal Meio Norte (Foto: Divulgação)

Jornal Meio Norte - Como surgiu o desejo de concorrer à vaga do Quinto Constitucional? Qual a sua trajetória na advocacia?

Téssio Tôrres - Desde que iniciei minha advocacia fiz um compromisso comigo mesmo, o de que iria servir à classe. Com o surgimento da vaga destinada ao Quinto Constitucional, surgiu também a possibilidade de colocar o meu nome à disposição dos meus pares para ser o representante da Advocacia junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região. Meu desejo também surgiu do ouvir. O ouvir que exercito diariamente nos balcões do fórum e do tribunal, onde ouço de muitas advogadas e advogados o desejo de que o seu representante na vaga destinada ao Quinto Constitucional seja aquele advogado que diariamente milita na Justiça do Trabalho, que aguarda nos corredores do fórum o início das audiências, que os ladeiem na bancada para fazer sustentação oral, que peticione e muitas vezes tenha problemas no sistema do Processo Judicial Eletrônico - PJe, ou seja, aquele advogado que seja “gente como a gente”, um representante genuíno que vivencie os desafios enfrentados no dia a dia do advogado comum. Ao longo da minha trajetória na advocacia, exerci por cinco anos a função de membro julgador do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/PI, por outros três anos meses fui Presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Piauí - AATEPI, e atualmente, contribuo para minha categoria como Secretário-geral Adjunto da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas - ABRAT. Mais que um desejo, entendo que representar a Advocacia na única vaga destinada ao Quinto Constitucional existente no âmbito do TRT22, é uma verdadeira missão, a qual encaro com muita responsabilidade e extrema gratidão.

JMN - Como pretende contribuir para o Tribunal Regional do Trabalho?

T.T. - O Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça, é um tribunal de excelência. Ao longo dos últimos anos o TRT22 sempre tem ocupado lugar de destaque, especialmente pela sua alta produtividade e celeridade na entrega da prestação jurisdicional. Como representante do Quinto Constitucional, pretendo levar o olhar da advocacia não só para as decisões judiciais, mas também para a visão institucional que as Cortes de Justiça devem ter sobre a advocacia, os honorários advocatícios, o hipossuficiente, o micro e pequeno empresário, o empregador doméstico, a Fazenda Pública, as demandas do volume e sobre a sociedade como um todo. Na minha vivência como advogado tive a oportunidade de advogar para trabalhadores dos mais diversos ramos de atividade, pequenas empresas, bancos, empresas públicas, sociedades de economia mista e municípios, o que me proporcionou uma experiência multifacetada das peculiaridades inerentes a cada um desses atores do processo trabalhista, compreendendo suas dificuldades e diagnosticando seus anseios.

JMN - Quais são as suas principais bandeiras de atuação caso seja eleito?

T.T. - Penso que as principais bandeiras de atuação que o representante da advocacia junto aos tribunais devem ser: (i) respeitar as prerrogativas dos advogados, pois sem a observância delas não é possível exercer a advocacia de forma digna; (ii) combater o aviltamento dos honorários advocatícios, dando uma atenção especial aos processos em que a fixação dos honorários na origem tenha se dado no percentual mínimo, pois infelizmente isso tem sido uma realidade frequentemente, cabendo lembrar ainda que há uma verdadeira e injusta diferenciação entre o advogado trabalhista e o advogado que atua na justiça comum; (iii) defender de forma intransigente a preservação e, em especial, proteger o processo de interiorização da JT obtido com muito esforço; (iv) ampliar os mecanismos de acesso tecnológico ao judiciário trabalhista, assim como aprimorar o debate sobre a utilização de provas digitais; (v) disponibilizar a todos os advogados e advogadas um gabinete que de fato seja acessível e sobretudo humanizado, praticando uma escuta ativa dos problemas e necessidades, tudo isso no intuito de fazer que o advogado se sinta efetivamente partícipe desse processo, uma vez que é ele o responsável pela razão de existir o Poder Judiciário; e, (vi) o estabelecimento de metas para os servidores lotados no gabinete, otimização de rotinas que possem dinamizar os trabalhos, primando sempre pela boa técnica e pela célere entrega da prestação jurisdicional, o que já é uma marca do TRT22.

JMN - Recentemente o país passou por uma reforma trabalhista, como observa as relações de trabalho pós-reforma e qual o papel do Tribunal na garantia de que essa relação seja justa?

T.T. - A Consolidação da Legislação Trabalhista – CLT era bem antiga, posto que remontava à década de 1940 e, embora já tivessem sofrido algumas alterações, nenhuma havia alterado, acrescentado ou suprimido tantos dispositivos como ocorreu com a edição da Lei nº 13.467/2017, em vigor desde a data de 11/11/2017. A reforma trabalhista é uma realidade e todos os atores do processo trabalhista, como é normal ocorrer após uma reforma, tiveram que se adequar a uma nova forma de analisar o processo e trabalhar. Falando especialmente para os advogados, constatou-se a necessidade de priorizar a conciliação, estudar ainda mais as teses, provas e precedentes, notadamente no sentido de enxugar os inúmeros pedidos que se verificava nas petições iniciais, de forma a filtrar o que será levado para apreciação do Poder Judiciário, buscando investir na advocacia preventiva e compliance, de forma a evitar e reprimir aventuras jurídicas. A Justiça do Trabalho objetiva não apenas pôr termo ao conflito trabalhista, de natureza individual ou coletivo, mas há a necessidade de que a solução seja a mais justa possível. O critério é o da equidade, como consagrado no artigo 766, do Texto Consolidado, ou seja, assegurando justo salário aos trabalhadores bem como permitindo também justa retribuição às empresas interessadas. O papel do TRT é sempre a busca pela realização da justiça, no âmbito das relações de trabalho, contribuindo para a paz social e o fortalecimento da cidadania.

JMN - Por fim, gostaria que deixasse uma mensagem aos advogados e toda a sociedade.

T.T. - A mensagem que sempre gosto de deixar por onde passo, seja nos fóruns, tribunais, salas de aula, é de Esperança. Como disse Raul Haidar (advogado, jornalista, escritor e ex-presidente do Tribunal de Ética da OAB/SP), “a advocacia não é a profissão das certezas, mas das esperanças”. Especialmente falando do Quinto Constitucional, desejo que os advogados e advogadas tenham Esperança que o seu próximo representante possa ser alguém que efetivamente conheça a realidade vivenciada pela advocacia trabalhista, e isso, podem ter certeza de que encontrarão em mim, pois um dos traços marcantes na minha trajetória é a militância na advocacia, sempre pautando minhas ações pela ética, transparência, urbanidade e compromisso com a manutenção da Justiça do Trabalho, com o fortalecimento das instituições e com o estado democrático de direito.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES