Vereador é acusado de assédio sexual por servidora e Câmara abre processo

Na próxima terça-feira (16), Jorge Mariola pretende usar a tribuna da casa parlamentar para fazer um pronunciamento e “dar sua versão dos fatos”.

Vereador é acusado de assédio sexual por servidora e Câmara abre processo | Reprodução
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Nesta sexta-feira (12), vereadores da Câmara de São Gonçalo divulgaram uma nota a respeito da denúncia de assédio sexual contra um colega, o vereador Jorge Luiz Gasco, conhecido como Jorge Marioca, do partido Podemos, que tem 67 anos. 

A denúncia foi feita por Thayssa Guimarães, de 25 anos, que é funcionária do RH da casa parlamentar. Thayssa registrou uma queixa na Delegacia da Mulher de São Gonçalo, alegando que Marioca teria feito um comentário de conotação sexual em relação a sexo oral com ela no dia 13 de abril e, em seguida, teria tentado beijá-la. O vereador nega as acusações.

"Chegou ao nosso conhecimento uma denúncia de assédio sexual na Câmara Municipal de São Gonçalo. Como parlamentares que atuam no campo progressista, repudiamos veementemente qualquer violência contra mulher em qualquer espaço, especialmente no ambiente de trabalho. Estaremos acompanhando as investigações e cobrando uma resposta rápida das instituições. Nossos mandatos se solidarizam com a vítima, e vamos lutar pela desconstrução da cultura do assédio para que mulheres possam trabalhar e viver em paz", diz trecho de nota conjunta divulgada pelo vereadores Priscilla Canedo (PT), Janilce Magalhães (PSOL) e Romario Regis (PDT).

A Câmara de Vereadores de São Gonçalo abriu também protocolo de quebra de ética e decoro parlamentar para apurar o caso. Após essa investigação interna, e caso se comprove o envolvimento do vereador na situação, o caso pode culminar em um processo de cassação.

Segundo vereadores ouvidos pela reportagem, para que Mariola seja cassado seria preciso que 2/3 dos 27 parlamentares votem pela perda do mandato do vereador.

"Nesta sexta (12), quisemos saber da vítima o que aconteceu e prestamos toda a assistência necessária. Na Casa, vai correr um processo na Comissão de Ética, e cobraremos que os fatos sejam apurados. Como mulher, estamos aqui para prestar solidariedade à vítima e repudiar e combater qualquer tipo de assédio ou violência. Imagino o que ela não deve estar passando para vir a público e denunciar esse caso", disse a vereadora Priscilla Canedo Loureiro (PT).

A funcionária Thayssa Guimarães teria sido assediada no dia 13 de abril no RH, onde trabalha, e na presença de duas outras pessoas. "Eu estava atendendo uma pessoa, e minha chefe estava atendendo o vereador. Em dado momento, eu soltei o cabelo, que estava preso em um coque, e ele falou: 'Nossa, o cabelo dela é grande, bom para puxar e fazer assim' e fez menção a sexo oral, como se fosse para eu fazer sexo oral nele", contou Thayssa.

Ela disse que todos ficaram constrangidos no ambiente, mas ninguém falou nada. Bastante incomodada, ela contou que seguiu fazendo suas tarefas até que o vereador foi até ela para se despedir. "Ele chegou perto de mim e segurou o meu rosto, tentando me beijar. Eu fiquei fazendo força contra ele, e ele não conseguiu me beijar na boca. Ele tentou duas vezes", disse.

A funcionária contou ainda que Jorge Gasco tem costume de tentar beijar as mulheres da Câmara e que algumas já têm até estratégia contra o vereador.  "Sempre tenta beijar ou dar um beijo no canto da boca. Tanto que tem gente aqui que, quando encontra com ele, abaixa a cabeça para ele beijar na testa", contou.



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