Washington Bonfim lembra um ano da morte de Firmino Filho em artigo

Bonfim, que foi secretário de Educação e de Planejamento em gestões de Firmino, lembrou que o ex-gestor vivia por Teresina

artigo | reprodução
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O Cientista Político e Professor-Doutor da UFPI Washington Bonfim escreveu um artigo publicado nesta terça-feira (5), na edição do Jornal Meio Norte em uma homenagem ao ex-prefeito de Teresina, Firmino Filho

Bonfim, que foi secretário de Educação e de Planejamento em gestões de Firmino, lembrou que nesta quarta-feira (6), completa um ano da morte do ex-gestor, encontrado sem vida em frente ao edifício Manhattan River Center, zona Leste da capital piauiense.

Firmino Filho e Washington Bonfim tinham relação de aliança polícia e amizade - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Leia o artigo na íntegra:

Firmino, ausência e esperança

Nesta semana, completa-se um ano da morte do ex-Prefeito Firmino Filho!

Trágica, inesperada e desalentadora, a partida do maior líder político de Teresina trouxe inúmeros movimentos e reflexões ao longo desses 365 dias, que corresponderam também à estruturação dos partidos políticos para o pleito eleitoral de outubro de 2022.

Vivo estivesse, Firmino estaria mais uma vez no centro das articulações estaduais para o cargo de Governador, bem como a ocupar papel destemido de oposição ao atual desastre administrativo épico que vivenciamos em Teresina.

Ao longo deste ano que nos separa de seu último dia de vida, ocorreram movimentos diversos, acelerados e que merecem breve citação. Em primeiro lugar, é forçoso reconhecer a completa desarticulação do PSDB local, agora alinhado ao União Brasil e, principalmente, ao Progressistas. 

Sem chapa proporcional à ALEPI ou à Câmara dos Deputados, federado com o Cidadania, o partido espera o resultado das urnas em 2022 para dizer que ainda não acabou. Certamente, estará presente em 2024 mas, diante das incertezas, inclusive do quadro nacional, o que realmente será, ainda não se pode antever!

Talvez mesmo em função da ausência de Firmino, ao longo desse ano também testemunhamos os movimentos de fortalecimento do Progressistas no Piauí. A partir da liderança do Ministro da Casa Civil mais poderoso deste período pós-Constituição de 1988, assistimos ao alinhamento automático de hostes inteiras da política piauiense, inclusive do Palácio da Cidade, que agora se abrigam sob o manto bolsonarista com graus diferenciados de disfarce quanto à profundidade da adesão.

Neste campo, dissensões são punidas e utilizadas como exemplo de quais caminhos se devem realmente seguir.

Realpolitik em estado puro!

Em um terceiro movimento, do lado do Governo Estadual, o relativo equilíbrio das contas públicas alimenta a construção de um novo cenário de forças políticas lideradas pelo PT, tanto para fazer face à megaestrutura federal do Ministro de Bolsonaro, quanto para viabilizar caminhos partidários diante das novas regras do pleito proporcional, que já não mais permite as coligações partidárias vigentes até 2018.

Diante de tantos acontecimentos, uma questão que nos passa pela mente refere às posições que ele, Firmino Filho, tomaria diante de uma conjuntura tão dinâmica, em que forças antidemocráticas do país, saudosas dos idos dos anos 60 do século passado, operam ideias e propósitos que, salvo melhor juízo, não pareciam ser seus próprios.

Para fornecer uma evidência, basta falarmos de educação, uma área de política pública, reconhecidamente essencial para a liderança que ele representava. No Piauí nem em Teresina especificamente, não avançamos em salários, matrículas de tempo integral, infraestrutura das escolas, estratégias de mitigação dos prejuízos decorrentes da pandemia, alternativas de profissionalização dos alunos do Ensino Médio nem no uso de tecnologia para alinhar nossas salas de aula ao futuro com o qual já convivemos.

No País, raciocinar sobre o MEC é falar de inação e agora, nas duas últimas semanas, de indícios fortíssimos de corrupção e tráfico de influência, capazes de derrubar o ex-Ministro Mílton Ribeiro. Isso para não citar a desarticulação do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, pela escassez de recursos e pelas inúmeras intervenções em órgãos como a CAPES.

De minha parte, por ter convivido e partilhado de suas ideias e propósitos, como tantos outros, para além da saudade e do desejo sincero de que a família – Lucy, Bárbara, Bruno e Cristina – encontre seus caminhos, fica a mensagem de esperança, contida, mas, ainda assim, esperança.

É certo que há desvios, imposturas e, sobretudo, excesso de força e ausência de ideias no que agora se configura como alternativa à sua ausência. A aparente mansidão de alguns e a prostração, ainda que em alguns momentos indignada, de outros podem até constituir alternativa, mas sempre irão esbarrar naquilo que o movimento autêntico de ideias e propósitos que Firmino representava sempre era capaz de mobilizar, vontade.

Por mais que a vida nos conduza por caminhos que nunca sonhamos, é da vontade genuína e da firmeza de propósitos que nasce a representação, e dela renasça a esperança, talvez não agora, mas ainda assim Esperança!



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