Exclusivo Wellington Dias sobre pressão do centrão: “pode trazer um e perder outro”

Wellington classificou como “fuxico”, as informações de tentativas recorrentes de membros do centrão, mais precisamente de partidos como Progressistas e Republicanos

Wellington Dias sobre pressão do centrão: "pode trazer um e perder outro" | Foto: Ana Ilza
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O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, concedeu entrevista na tarde desta sexta-feira (28) no quadro Jogo do Poder, do jornal Agora da Rede Meio Norte. Dias falou sobre a especulação em torno de uma investida do centrão em seu ministério, sua relação com o governador Rafael Fonteles e fez um balanço de suas ações à frente da pasta.

Wellington classificou como "fuxico" as informações de tentativas recorrentes de membros do centrão, mais precisamente de partidos como Progressistas e Republicanos, na busca por mais espaços no governo federal para, em troca, votar com a gestão em projetos enviados pelo presidente Lula à Câmara e ao Senado. De acordo com Dias, nada nesse sentido foi decidido ainda.

A gente acha que o fuxico aqui é pouco, e fuxico grande mesmo é lá (Brasília). A política todo dia tem lá um disse me disse. O fato é que eu tô pela confiança do presidente Lula e eu defendo que se tenha uma condição sob o comando do presidente, uma maioria dialogada na Câmara e Senado. Dentro do Senado, está num passo bem adiantado. No caso da Câmara, a gente precisa ampliar. Do resultado da campanha, o presidente Lula saiu com 242 deputados eleitos. Naquele primeiro momento, fizemos um diálogo, e outros 42 parlamentares se somaram à oposição do ex-governo. Da parte do presidente, eu tenho todo o comando para cumprir o que ele me destinou. Não é uma operação simples, pois você pode trazer um e perder outro. 

Questionado sobre as ações que vem desempenhando no Ministério do Desenvolvimento Social, Dias elencou o que chamou de "missões" solicitados pelo presidente Lula. Ele lembrou ainda como recebeu o governo e quais as primeiras medidas foram adotadas no início da nova gestão.

Temos lá cinco grandes missões. O presidente Lula quer tirar o Brasil do mapa da fome. O Brasil é um país que é o quarto maior produtor de alimentos e tem uma fatia da população de 33 milhões de pessoas que passam dificuldades para se alimentar. Desde janeiro a gente trabalha em duas grandes vertentes. A primeira é um programa chamado Brasil Sem Fome, eu apresentei a proposta e agora está aprovada e estamos aguardando o presidente Lula para tratar dos detalhes. Temos um sistema de segurança alimentar. Nós passamos a organizar o Plano Safra, que foi lançado e tem um plano para exportação, o que o Brasil vai produzir para exportação e para a mesa de brasileiros e brasileiras. Temos que pensar qual o custo daquilo que vai para mesa do brasileiro. Implantamos ainda o novo bolsa familia, que tinha um valor de R$600 reais e ponto. Mas nós temos no Cadastro Unico, famílias de 10, 20 pessoas e quando você pega R$600 reais para essa família de 10 é apenas R$60 reais por pessoa, e assim não resolve o problema da fome. Quando organizamos um valor por criança de até 6 anos, para gestante, é o maior efeito que é sentido por todo o Brasil, pois se repassa um valor mais adequado ao tamanho da família. Foi um conjunto de medidas para atender quem mais precisa.

"Em valores, ano passado foram em torno de 10 bilhões a 11 bilhões por mês. Agora são cerca de 14 bilhões. A diferença não é tão grande, mas que vem chegando para quem precisa. Tínhamos muitas pessoas recebendo benefícios de forma indevida. Entrada nos programas sem nenhum critério", ressaltou Dias. 

Paternidade da obra da nova Maternidade

"Sempre manifestei muita gratidão por essa integração de esforços com a bancada federal. Hoje o deputado Flávio Nogueira lembraram que teve uma emenda de bancada, articulada com a participação de uma emenda da ex-deputada Iracema Portela e demais parlamentares. Há muito tempo a gente trabalhava com a necessidade de uma nova maternidade, assim como novo hospital de Picos e Floriano. Na minha visão teve participação da bancada e a maior fatia foi uma decisão do governo do estado que tivesse uma estrutura que pudesse abarcar toda essa rede. Ela é a maior maternidade pública do país. Moderna e com uma equipe altamente qualificada". 

Relação com o senador Ciro Nogueira

Eu sempre tenho uma discussão com o PP, e ele é o presidente do PP. Eu acho legítimo que se apresente o que se quer. Nós temos um presidente que tem um projeto de país. Não vejo nada estranho, seja com  Ciro ou qualquer membro do PP que solicite essa ou outra área, mas o presidente já disse que quem é do executivo é quem diz o que pode dar. Ainda não há nada definido, mas parte do PP e do Republicanos vão fazer parte do governo.

Dias foi questionado sobre uma fala forte do ex-ministro e senador Ciro, na qual se referiu a ele como "câncer do Piauí". Sobre esse episódio, Wellington diz perdoar o senador. "Ciro Nogueira sabe que eu não sou um câncer e eu perdoo ele. O fato é que de onde vem os fuxicos aqui do Piauí é próprio da política. Eu achava que era só no Brasil. Tenho uma relação muito boa com o presidente, com o partido. O Bolsa Família é aprovado por 96% da população. Eu vejo com naturalidade.

Suposta ruptura com Rafael Fonteles

"O fato é que o governador é o Rafael Fonteles. O Piauí é o primeiro lugar do Brasil em saldo positivo de emprego e crescendo. Briga minha com o Rafael é outro fuxico", disse o ministro. 



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