CRM aponta riscos para recém-nascidos na Evangelina Rosa

CRM aponta riscos para recém-nascidos na Evangelina Rosa

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A Drª Mírian Palha Dias Parente, presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí, que realizou fiscalização na Maternidade Dona Evangelina Rosa e constatou ricos para a vida dos bebês, concedeu entrevista ao Agora da Rede Meio Norte, onde falou sobre os problemas enfrentados pela maternidade.

“Nós fizemos essa fiscalização em conjunto com o Ministério Público Estadual. A nossa mortalidade termofatal acontece por um problema básico: um pré-natal inadequado. Então, esse pré-natal inadequado está causando uma superlotação na Maternidade, onde encontramos várias irregularidades. Na casa de parto, no centro cirúrgico a gente viu algumas irregularidades, como por exemplo, crianças recém-nascidas sem leito próprio para ficar. Então essa criança ficava dentro do centro cirúrgico, onde aconteciam outros partos e ela lá presenciando tudo. A criança, que deveria estar resguardada, ficava exposta à vários tipos de infeções porque não havia um local, um leito para ela ser encaminhada dentro da Maternidade. Esse problema demonstra a necessidade criarmos mais leitos neonatais”, explicou.

O diretor geral da Maternidade Evangelina Rosa, Francisco Macedo, falou sobre o problema de superlotação. “A superlotação está proporcional a regulação, então para que possamos melhorar o aporte das gestantes e bebes da Maternidade Evangelina Rosa, nós temos que fazer uma interação entre o Estado e municípios. Essa superlotação advêm, muitas vezes, da regulação, municípios do interior que não traz atenção básica para que possa regular a vida das pacientes no pré-natal. A Maternidade é uma casa com excelência no tratamento de gestantes de alto risco”, declarou.

O diretor reforça que uma das saídas viáveis para amenizar o problema é a parceria entre Estado e os municípios. “A superlotação não é uma preocupação só nossa, mas do Estado como um todo. Nós temos que fortalecer a atenção básica, fazer um bom pré-natal”, disse.

Fiscalização

Os problemas mais graves foram encontrados nas alas do centro cirúrgico, onde faltam profissionais especializados suficientes para atender a grande demanda de partos cesarianas, bem como de locais adequados para recém nascidos (RN), que precisam continuar internados e até passar por cirurgias, como prematuros ou nascidos com má formação genética. Segundo alguns médicos presentes no plantão, caso as pacientes fossem reguladas corretamente, haveria menos superlotação e mais condições de trabalho. Segundo denúncias, a Central de Regulação encaminha pacientes em trabalho de parto e como justificativa informa, muitas vezes, que a razão do encaminhamento é falta de vagas em outras unidades de saúde.

O caos maior foi registrado no Centro Obstétrico Superior – COS, onde RN graves mantinham-se internado dentro de salas cirúrgicas, onde eram realizados vários partos, apenas durante uma manhã de vistorias. Os RN graves deveriam estar internados em ala própria. O grande problema constatado é que não há local apropriado e nem leitos disponíveis. Outros RN estavam internados em condições inadequadas, apenas com a utilização de berço aquecido e hidratação venosa, porém deveriam estar em leito de UTI neonatal e fora do COS, mas como não há vagas para todos, estão recebendo tratamento no local, de forma improvisada.

Outra falha grave apontada pelo CRM-PI e pelo MPE é que na sala de recuperação pós anestésica, pacientes que deveriam ficar em observação por no máximo duas horas, ficam no setor por 12 horas ou mais, por falta de leitos disponíveis nas enfermarias, geralmente superlotadas. Ainda na sala de recuperação pós anestésica, nem todos os leitos possuem monitores cardíacos, nem oxímetro de pulso, o que é obrigatório pelas normas de saúde.

Uma das salas do centro cirúrgico estava sem ar condicionado e o piso e paredes contêm rachaduras, acumulando lixo e poeira, que podem causar infecções.Na lavanderia da MDER, o CRM-PI flagrou funcionários trabalhando em condições insalubres e ruídos acima do permitido pela legislação trabalhista. Entre as irregularidades, falta de equipamentos de proteção individual, tais como máscaras específicas, luvas, vestimentas e botas de trabalho. A diretoria da maternidade será notificada e receberá prazo para cumprir as normas sanitárias de saúde.



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