Diretor do Hospital Infantil diz que Saúde cancelou gratificação dos cirurgiões pediátricos

O Diretor do Hospital Infantil Lucídio Portela, Dr. Edinaldo Miranda, concedeu entrevista ao Programa Agora, onde esclareceu as denúncias feitas recentemente sobre o funcionamento do Hospital.

Inicialmente Edinaldo Miranda explicou que esteve de férias até a semana passada e ao retornar entrou em contato com a produção do programa.

“Essas denúncias atrapalham até mesmo o rendimento e o funcionamento do Hospital. Ontem mesmo foi citado o nome do Dr. Benedito que é um excelente profissional e serve ao Estado do Piauí há mais de 30 anos.

Ele disse que o hospital passa por problemas agravados recentemente.

“O principal problema do hospital é a carência de funcionários, porque o Estado tem encontrado dificuldade na contratação de novos funcionários por conta da lei de Responsabilidade Fiscal. Recentemente foram chamados 18 enfermeiros para o hospital e apenas 5 se apresentaram”, disse Edinaldo.

Segundo ele, no hospital infantil trabalham apenas dois ortopedistas pediatras que realizam procedimentos cirúrgicos. Eles tem que dividir uma pequena sala para realizar os atendimentos e o Hospital Infantil é o único hospital que realiza cirurgias desta espécie pelo Sistema Único de Saúde.

“Visto que todas as crianças acidentadas e fraturadas são encaminhadas ao hospital infantil, é natural que haja uma certa demora para operar esses pacientes e é em relação a esse tipo de cirurgia que eu considero o problema mais grave enfrentado pelo hospital hoje”, pontuou.

Edinaldo Miranda acredita que há espera pela solução desse problema. Há 5 anos profissionais realizavam residência médica com pagamento de gratificação para cirurgiões pediátricos, essa gratificação foi cancelada e eles se sentiram obrigados a abandonar a atividade.

“A única maneira de resolver esse problema seria o pagamento de cirurgiões pediátricos para ambulatório que fazem residência. Eles fizeram um documento comunicando o Ministério Público e aguardam convocação. Eles estão disponíveis para trabalhar assim que forem autorizados pelo Estado”, disse Edinaldo Miranda.

Laiana que esteve no Programa Agora com o filho necessitando de cirurgia na hérnia, voltou a falar sobre o assunto lastimável e obteve a resposta por parte de Edinaldo Miranda.

“Se o bebê estiver sentindo dor ela pode levá-lo para o serviço de urgência no Hospital de Urgências de Teresina. Tratamento eletivo com agendamento infelizmente está parado, mas o Hospital Infantil só recebe crianças encaminhadas por outro hospital”, disse Edinaldo Miranda sobre o caso do bebê de Laiana.

O secretário de fazenda e de administração foram procurados pela produção do programa, mas não reponderam as ligações.

“O Piauí tem apenas um hospital infantil que realiza cirurgia, com apenas 2 salas de cirurgias. É preciso mais atenção para a saúde do Estado, eu imploro que os gestores atentem para isso. Eu não tenho como pedir para o funcionário continuar trabalhando sem o pagamento devido. O atendimento está parado e não é culpa do médico”, finalizou Edinaldo Miranda.

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