“Estamos entregues à própria sorte”, diz jornalista no Acre em meio a enchentes, covid-19 e crise migratória

Acre decreta estado de calamidade pública e sofre com cheias, covid-19 e crise migratória

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O governador do Acre, Gladson Cameli, decretou estado de calamidade pública em dez cidades do estado, em virtude das cheias dos rios. O jornalista Leonildo Rosas conversou direto de Rio Branco com a apresentadora Cintia Lages no programa Notícias da Boa desta terça-feira (23) para detalhar a situação crítica que o estado vive nestes dias.

De acordo com o jornalista, as enchentes não são a única crise enfrentada no estado, há também aumento no número de mortes por covid-19, resultado de uma saturação no sistema público de saúde, a dengue também tem sido um problema na região.

"Dos 22 municípios do Acre, 10 decretaram estado de calamidade. Aqui não tem mais leitos de UTIs por conta da covid-19, nem na rede pública e muito menos a rede privada, haja vista que a maior parte da população depende do SUS. O governo junto do comitê mantém o estado na faixa vermelha, e paralelo o a isso, ainda temos uma epidemia de dengue, as enchentes nos municípios e uma crise migratória na fronteira do Peru e Bolívia", explicou em entrevista.

O jornalista Leonildo Rosas conversou direto de Rio Branco com a apresentadora Cintia Lages no programa Notícias da Boa sobre situação crítica do Acre

O sistema de saúde do Acre atende pessoas do interior do Amazonas e até pacientes da Bolívia.  “Nosso sistema de saúde já entrou em colapso. A dúvida é saber que estado vai querer pacientes de uma região transmissora da nova cepa? Nenhum estado está com luxo e leitos de UTIs. O que vemos hoje é que infelizmente somos o estado que menos tem vacina apenas 27,4% delas chegaram as pessoas que necessitam e não há um plano mínimo de vacinação, estamos entregues a própria sorte, parte da população não admite a situação crítica que estamos vivendo”, completa Leonildo Rosas. 

Cerca de 130 mil pessoas foram afetadas no estado até agora. O decreto, publicado ontem (22) em edição extra do Diário Oficial do estado, incluiu, além da capital, Rio Branco, os municípios de Cruzeiro do Sul, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Porto Walter, Rodrigues Alves, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Tarauacá. Ainda segundo Leonildos Rosas, uma crise migratória também tem sido outro problema do Acre.

Acre sofre com cheias dos rios, além da Capital, Rio Branco, outros dez municípios decretaram calaimidade- Foto: Secom

"Centenas de imigrantes haitianos que vieram para o Brasil há dez anos, diante do que acontece no atual governo, agora querem voltar para casa, só que eles não podem atravessar a barreira do Peru porque o governo vem impedindo com um forte acesso que essas pessoas passem por conta da covid-19, uma situação grave", esclareceu.

Com o acúmulo de problemas vividos pelo Acre, o presidente Jair Bolsonaro decidiu visitar o estado na próxima quarta-feira (24) e deve anunciar ajuda financeira.

"O problema não é dinheiro, mas a gestão pública porque os sinais de que as tragédias iam acontecer eram claro, mas o governo estadual em vez de tomar medidas preventivas fez opção de fazer 'politicagem'. No início do ano o estado ofereceu vagas de UTIs para o Amazonas sem ter condição e agora a cepa chegou aqui também. Quanto ao recurso, esse dinheiro não vem do dia para a noite, as prefeituras têm que elaborar planos que comprovem os gastos ou seja, nem sempre essas prefeituras do interior do estado dispõe de técnicos para fazer esse trabalho”, mensurou.



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