Safra de sorgo será maior no Brasil

Cultura ganha espaço como grão e para alimentação animal, sendo opção para safrinha

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O sorgo ganhou mais espaço na safra 2020/21. A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em janeiro era de uma área de 834 mil hectares e produção de 2.594 (alta de 3,9% em relação à safra passada). No levantamento de março são esperados 840,5 ml hectares e uma produção 4,8% maior, de 2.618 milhões de toneladas.

A cultura tem se destacado como uma opção na safrinha, especialmente quando a janela de semeadura fica apertada, por ser mais resistente aos estresses hídricos. Além disso é considerada de boa liquidez. No país o maior produtor é Goiás, com expectativa de 1,3 milhão de toneladas, um avanço de 18%. Na Paraíba a alta na produção desta safra é estimada em 300%, saindo de 300 toneladas para 1,2 mil.

O sorgo é plantado nas cinco regiões e em 14 Estados. Veja como está o desenvolvimento em alguns Estados, de acordo com a Conab:

No Pará, o sorgo ainda está na fase de intenção de plantio, haja vista que sua lavoura é cultivada principalmente nos intervalos das culturas de soja e milho, nas regiões sul e sudeste do estado. Estima-se um pequeno incremento de 1,6% na área plantada, 0,4% na produtividade e de 1,9% na produção.

No Maranhão, no presente levantamento, estima-se uma redução de 7,5% na área, e um aumento de 1,3% na produção do sorgo em relação à safra 2019/20, resultado do menor interesse do cultivo desse cereal em relação ao do milho segunda safra, que nas últimas safras têm proporcionado maior rentabilidade aos produtores em razão dos preços praticados serem mais atrativos. A produtividade média esperada se encontra em torno de 2.459 kg/ha, 9,6% maior que a da safra anterior.

No Piauí, a lavoura de sorgo no estado é plantada como cultura de segunda safra, em sucessão à soja. O plantio no estado ocorre no final de março.

No Rio Grande do Norte, a cultura do sorgo com dupla aptidão vem se tornando uma das principais alternativas de alimentos volumosos para os rebanhos, sobretudo os bovinos, já que a maior parte da produção da planta é destinada à ração animal (forragem). Como o levantamento considera apenas o sorgo granífero, estima-se na presente safra uma área de 400 hectares, perante 600 hectares da safra passada, ou seja, uma redução de 28%.

Na Paraíba, por fatores econômicos, o produtor paraibano tradicionalmente explora o sorgo forrageiro, destinado à formação de silagem para consumo dos seus rebanhos. A previsão é de um plantio de 600 hectares.

Em Mato Grosso, a semeadura do sorgo somente ocorrerá após o plantio do milho segunda safra, sendo este o foco do produtor, neste momento, no estado. Inicialmente projetada em 47,8 mil hectares, incremento de 2,5% em relação à safra anterior. Os fatores que podem resultar em aumento de área são a maior resistência ao clima mais seco e também suas características de produto substituto ao milho, no que se refere à alimentação animal.

Na conjuntura atual, em que se perdeu a janela ideal para culturas de segunda safra, e de cotações elevadas associadas ao milho de segunda safra, o sorgo pode ganhar mais espaço, pois seu preço é correlacionado ao do milho. No entanto, é importante destacar seu caráter apenas substituto em relação às demais culturas de segunda safra no estado, em especial, o milho, e sua área costuma ser bastante restrita no estado.

Em Mato Grosso do Sul, o sorgo cultivado em segunda safra será semeado ao final de março e início de abril, após o encerramento da operação no milho. Por ser uma cultura mais rústica, principalmente com relação à disponibilidade hídrica no solo, é um cultivo alternativo que está em crescimento na região norte do estado, tendo em vista que o fator limitante é a redução das chuvas nesta região, com a chegada do inverno. Em levantamento preliminar, identificou-se que a área deve permanecer em estabilidade ao ano anterior, e ter uma redução de 3,7% na produtividade e de 3,6% na produção.

Em Goiás, a cultura deverá ser implementada efetivamente a partir da segunda quinzena de março, visto que na primeira quinzena o produtor ainda vai apostar no plantio do milho mesmo com reflexo negativo na produtividade. A área nesse estado deve situar em 378 mil hectares, apontando um leve aumento de área nos municípios tradicionais no sul do estado, mantendo o cultivo nas mesmas áreas e um avanço naquelas áreas onde não for possível o plantio de milho segunda safra. Nas áreas que não são tão tradicionais em plantio de sorgo, o fator que pode impulsionar o aumento da área plantada com essa cultura está relacionado ao estreitamento da janela de plantio do milho. Principalmente o produtor que realizou o plantio da soja mais tardia em áreas de abertura, anteriormente ocupadas por pastagens, deve optar pelo plantio do sorgo em vez de arriscar o plantio do milho durante a segunda safra.

No Distrito Federal, a projeção para este levantamento indica redução de 9,6% na área a ser cultivada com sorgo, o plantio só ocorrerá em março, podendo sofrer novas alterações por influências climáticas ou da janela de cultivo. A área está estimada em 8.900 hectares, ante os 9.900 hectares plantados na temporada passada.

Em Minas Gerais, as áreas de sorgo estão propensas a um maior plantio a se confirmar, caso não se efetivem as áreas de milho segunda safra. Contribui para tanto, a janela de plantio e os custos de produção de sorgo. Entretanto, tal como para o milho segunda safra, há relatos de não haver tanta disponibilidade de insumos para efetivar o plantio que se pretende. Observa-se neste relatório um incremento de área como estimativa na ordem de 205,5 mil hectares, 2,4% maior que o ano anterior.

Na Bahia, estima-se a manutenção da área cultivada do sorgo para esta safra, sem alterações significativas. O plantio ocupa cerca de 50% da área esperada, estando finalizado no centro-norte e centro-sul, e será cultivado no extremo-oeste após a colheita da soja. No extremo-oeste, espera-se para esta safra o cultivo de cerca de mil hectares, com a semeadura prevista para ser iniciada em março nas áreas colhidas de soja. Como culturas de sucessão à soja, os produtores semeiam o sorgo, milheto, milho safrinha, braquiária, dentre outras.

Em toda a região centro-norte, o cultivo do sorgo é realizado como alternativa ao enfrentamento da seca no estado, para a alimentação dos rebanhos. As lavouras estão em desenvolvimento, resistindo ao estresse hídrico dos últimos meses. Com as chuvas de fevereiro, as lavouras mudaram para um estado de melhor suprimento hídrico, variando de fases de crescimento vegetativo até a maturação dos grãos.

No centro-sul, devido à maior resistência da cultura às intempéries climáticas, quando comparadas a outras culturas, estão resistindo bem. A maioria das áreas cultivadas se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo.



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