Alto custo: pecuaristas estão deixando a produção de leite

Aumento de 11,49% no primeiro semestre de 2021

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Os custos de produção da pecuária leiteira no Brasil registram alta de 11,49% no primeiro semestre de 2021, de acordo com boletim da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No mesmo período, a receita do produtor de leite cresceu 3,52%, com o litro cotado a R$ 2,201.

Pecuária leiteira vive um verdadeiro calvário com o descaso político-social. A alta nos custos de produção tem pressionado o produtor a deixar a atividade.

A CNA ressaltou que o quadro atual exige atenção dos produtores, que têm enfrentado margens apertadas, o que deixa dúvidas sobre o futuro de muitos deles na atividade leiteira. Propriedades com rebanhos desestruturados e menos produtivos sentem mais os efeitos em suas margens.

O movimento tenta chamar a atenção dos governantes e também da sociedade para que o setor possa ser visto com o respeito que merece. Infelizmente, a classe produtora de leite é, historicamente, esquecida nas suas necessidades e tentam, muitas vezes, tampar o sol com a peneira.

Uma publicação ganhou força e mostra a grande realidade do setor. Ela foi publicada e assinada pelo grupo dos produtores de leite no Facebook, conhecido como “Inconfidência Leiteira.

Confira abaixo os dizeres da NOTA: 

“Quem vai chorar esse leite derramado? Como falamos algumas vezes a vaca foi para o gancho! Apesar da economia não estar muito bem, muitos produtores diminuíram produção e ou estão priorizando o corte (bezerros) temos ainda os produtores especializados em leite mas no momento a pecuária flex (leite e corte) está mais voltada para o corte.

Os investimentos necessários para produzir comida para vacas de leite estão muito altos, muito capital enterrado em buracos de silo e estrutura para continuarmos a apostar nesta atual metodologia da cadeia leiteira nacional.

Boi tem previsibilidade Cereais tem previsibilidade Café tem previsibilidade

Ou pelo menos o produtor destes escolhe o preço que vai vender! Leite temos incerteza, insegurança, um vidro bem fosco que ninguém consegue enxergar aí do outro lado.

Tudo isso vai reduzir em muito captação, e esse reflexo só vamos ver na entressafra de 2022, porque é agora que esse produtor vai ou não apostar em fazer ou não a comida das vacas.

2022 está dentro da caixa ainda mas não vejo um ano muito bom para a indústria. O produtor já pode ter decidido o seu caminho agora.

Conselho a indústria láctea brasileira, mudem, evolua, fechem parcerias com seus fornecedores de matéria prima, priorize o leite do seu produtor, de a ele segurança e não promessas vazias!

Estamos em um momento crítico! Nossos custos para safra 2022 não entrou nos números que vemos nos noticiários divulgados, mas nós já estamos pagando. O produtor de leite investe um ano antes de ver o seu produto ser levado da fazenda sem saber o preço que vai receber por ele. Isso precisa mudar!

 Inconfidência Leiteira.”

Cepea aponta disparada no custo de produção

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira registrou alta de 0,5% em junho na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), refletindo as valorizações dos adubos e da suplementação mineral durante o mês. Para os suplementos minerais, a alta dos preços na “média Brasil” foi de 5,19% em relação a maio. No primeiro semestre de 2021, o custo de produção da pecuária leiteira acumulou alta de 11,49%, influenciado, principalmente, pela valorização dos grãos e alta do câmbio, que, por sua vez, encarece os insumos produzidos com matéria-prima importada.

A valorização do fosfato, componente das misturas minerais, e o aumento da demanda no campo, típico nos meses mais secos do ano, elevaram as cotações dos minerais. Cooperativas e casas agropecuárias relataram atraso nas entregas da indústria devido a problemas de logística e de redução na oferta de matéria-prima. No primeiro semestre, as cotações dos suplementos minerais acumularam alta de 15,66% na “média Brasil”.

Os estados que apresentaram as maiores variações mensais nos custos com insumos foram Bahia (17,59%), Paraná (7,25%) e São Paulo (5,39%). Vale ressaltar que os suplementos minerais representam entre 3 e 6% do COE das propriedades. Para adubos e corretivos, os custos subiram 2,85% em junho, influenciados pela falta de matéria-prima para produção e pelos elevados preços no mercado internacional, que, até junho, apresentavam aumento de 27,61% no acumulado do ano.

Quanto ao concentrado, em junho, o custo mensal registrou queda pela primeira vez no ano, de 0,53% na “média Brasil”. Minas Gerais teve a maior influência sobre o resultado nacional, visto que registrou queda de 1,73% nos custos com ração, que, por sua vez, refletiu a ligeira retração dos preços dos grãos e derivados.

Para São Paulo e Rio Grande do Sul, o cenário foi de estabilidade de preços, após as sucessivas altas registradas nos meses anteriores. E em Santa Catarina, Goiás e no Paraná, as cotações dos concentrados subiram respectivamente 0,94%, 0,86% e 0,63%.

Fonte: Compre Rural 



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