Presidente da Fifa, Joseph Blatter, renuncia cargo após escândalo

O chefe maior do futebol mundial foi eleito para um quinto mandato

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Sete dias após as primeiras prisões na Suíça, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, renunciou o cargo nesta terça-feira, durante um pronunciamento na sede da entidade. Mandatário da entidade desde 1998, o chefe maior do futebol mundial foi eleito na última sexta-feira para um quinto mandato, mas, poucos dias depois, anunciou que convocará um novo congresso para eleger outra pessoa para o cargo.

"Esses anos foram muito ligados à Fifa. Eu aprecio e amo a Fifa mais que tudo, e só quero fazer o melhor para o futebol e para a Fifa como instituição. Fifa precisa de uma reestruturação profunda. Mas parece que aqueles que me apoiaram não estão mais me apoiando. É por isso que vou reunir um congresso extraordinário e colocar meu cargo à disposição, será decidido o novo presidente. Um congresso o mais rápido possível para eleger meu sucessor", anunciou Blatter em entrevista convocada na sede da entidade.

A saída do presidente contrasta com a manifestação de força que Blatter exaltou após a eleição da última sexta-feira. À época, o mandatário afirmou que não tinha medo de ser preso e mostrou tranquilidade com as investigações feitas pela Justiça dos Estados Unidos.Na última quarta-feira, o escândalo de corrupção foi deflagrado com a prisão de sete membros do alto escalão da Fifa na Suíça, inclusive José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A Justiça americana ficou mais próxima de chegar a Blatter após a divulgação pelo New York Times na última segunda-feira de que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, estaria envolvido em um pagamento de propina. Valcke é o braço direito do mandatário na entidade.

Pressão sobre Blatter

A quarta reeleição de Joseph Blatter aconteceu em um dos momentos mais cruciais da história do futebol.

Desde 1998, quando assumiu a presidência da Fifa, o suíço nunca havia corrido tantos riscos de perder o cargo como agora. Isto porque a prisão de cinco executivos e sete dirigentes da entidade na última quarta-feira, em Zurique, ajudou a arranhar ainda mais a já desgastada imagem do mandatário de 79 anos.A operação do FBI, feita em conjunto com a polícia suíça, expôs casos de corrupção, extorsão, escândalos de irregularidades em contratos de marketing e de direitos de televisão e pagamentos de propina no processo de escolha das sedes das Copa do Mundo de 2018 e de 2022.

Blatter ainda não teve o seu nome envolvido nas denúncias, mas viu a pressão sobre si aumentar consideravelmente. Tudo começou ainda antes de a investigação da Justiça americana ser revelada. Na semana retrasada, Luís Figo e Michael van Praag retiraram as suas candidaturas à presidência da Fifa . Os dois, opositores a Blatter, detonaram o processo eleitoral da entidade e optaram por desistir do pleito para não dividirem votos com Ali Bin Al-Hussein.

“Este é um plebiscito de entrega do poder absoluto a um só homem”, atacou o português.Depois, com as prisões de dirigentes da Fifa em pleno hotel Baur au Lac dois dias antes do pleito , Blatter passou a receber ainda mais pressão. Primeiro, Diego Armando Maradona o desafiou a conseguir a reeleição . Depois, a Uefa declarou apoio à oposição e pediu a saída do suíço . Por fim, o jornalista investigativo Andrew Jennings, que cedeu ao FBI os documentos cruciais para as detenções, revelou que o atual presidente da entidade era o próximo alvo .



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