Na Argentina, as farmácias testemunham um cenário alarmante, onde as pessoas consultam os preços dos remédios, mas não conseguem comprá-los, inclusive antibióticos. A crise atinge pacientes crônicos, forçando alguns a abandonarem tratamentos vitais contra hipertensão e colesterol. A queda de 10 milhões de vendas de medicamentos em janeiro, 70% deles prescritos, reflete a dura realidade de que cuidar da saúde tornou-se um luxo.
Desde a posse do presidente ultraliberal Javier Milei em dezembro, os preços dos medicamentos aumentaram 40% acima da inflação, que atingiu 254% em 12 meses, uma das mais altas do mundo. A falta de acordos entre o governo e os laboratórios, aliada à ausência de regulamentações, contribui para a crise.
Aposentados e trabalhadores informais, representando 40% do mercado de trabalho, enfrentam os maiores impactos. Com rendimentos reduzidos e o aumento dos preços, muitos têm dificuldades para obter medicamentos essenciais. A situação é especialmente desafiadora para pacientes crônicos, que buscam alternativas, como comprar unidades menores, comprometendo a eficácia do tratamento.
A população vulnerável, incluindo aposentados, recorre a estratégias para lidar com os custos, mas a qualidade dos tratamentos é comprometida. O aumento nos pedidos de ajuda em bancos comunitários de medicamentos destaca a necessidade urgente de intervenções. Enquanto alguns pacientes recorrem a programas de assistência social, como Pablo Riveros, diagnosticado com Hemoglobinúria Paroxística Noturna, a demora na entrega dos medicamentos, associada a uma auditoria governamental, coloca em risco vidas.
Em meio a esse cenário desolador, a população aguarda soluções para garantir o acesso a tratamentos essenciais e enfrentar os desafios crescentes no sistema de saúde argentino.
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