Polícia apura ação do crime organizado em morte de Moacir Bianchi

Ele foi morto na madrugada da última quinta-feira na zona Sul de SP

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A Polícia Civil de São Paulo investiga uma ação do crime organizado no assassinato de Moacir Bianchi, fundador da Mancha Verde, principal torcida uniformizada do Palmeiras, que foi morto na madrugada da última quinta-feira no Ipiranga, Zona Sul de São Paulo.

De acordo com a apuração, membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que domina o tráfico de drogas e as prisões do estado, estariam envolvidos no episódio. Há uma disputa pelo poder na torcida, o que levou a um racha violento entre as diferentes divisões da Mancha.

O caso também alertou a inteligência da Polícia Militar, responsável pela segurança dentro e fora dos estádios em dias de jogos. O 2º Batalhão de Choque tem recebido informações da Polícia Civil e do monitoramento de redes sociais.

Há preocupação com possíveis tensões internas e com retaliações que possam ocorrer antes ou durante partidas do Palmeiras – o time só joga em casa no sábado, dia 11, no clássico com o São Paulo. 

Disputa interna

Logo após a morte de Bianchi, a Mancha publicou nota em suas redes sociais em que lamentou o ocorrido e informou que encerrava suas atividades por tempo indeterminado. Além do assassinato de um de seus membros, citou diversos problemas que a torcida vem passando, sem entrar em detalhes.

Há uma disputa que envolve, de um lado, integrantes da sede da torcida, e, de outro, divisões regionais. Participantes mais antigos estariam insatisfeitos com uma suposta atuação do crime organizado na Mancha.

Esse racha gerou violência. Membros do segundo grupo teriam sido espancados pelo primeiro há cerca de dez dias, e revidado pouco antes do Carnaval, em uma briga na sede da Mancha, próxima ao estádio do Palmeiras.

Na última quarta, horas antes da morte de Moacir Bianchi, uma reunião com centenas de associados colocou os dois grupos frente à frente. Pessoas identificadas como atuantes no crime organizado participaram do encontro, de acordo com investigadores.

Relatos indicam que Bianchi tentava uma solução para o conflito. Durante a conversa, porém, ele teria discutido com homens que seriam do crime organizado. A polícia crê que ele foi seguido ao voltar para casa de madrugada e assassinado numa emboscada na avenida Presidente Wilson.

Bianchi – o corpo dele tinha 22 perfurações por tiro..

Pessoas ligadas à investigação entendem que tamanha violência indica duas coisas: um acerto de contas pessoal ou a intenção de passar uma mensagem sobre quem comanda a torcida. 

Imagens de uma câmera de segurança flagraram o momento em que Moacir Bianchi, de 48 anos, foi morto executado. 

Uma câmera de uma empresa gravou o crime na Avenida Presidente Wilson, no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada desta quinta-feira (2). À 1h18, Moacir parou seu carro no semáforo, um Honda City preto, logo atrás de um carro branco. Em seguida, outro carro se aproximou e parou atrás do carro da vítima. Um homem desceu do veículo e começou a atirar.

Ele foi enterrado nesta sexta-feira no cemitério do Jaraguá. Tanto o velório quanto o sepultamento foram marcados por muita tensão e revolta.

Crime organizado

A atuação do crime organizado nas torcidas é fato, de acordo com investigadores da Polícia Civil. Há tempos a facção que controla o tráfico no estado está enraizada nessas instituições, não só para a venda dos entorpecentes, mas também com o intuito de lavagem de dinheiro.

Esse envolvimento pautou buscas e apreensões feitas nas sedes de algumas das organizadas no ano passado durante a operação Cartão Vermelho, deflagrada após episódios de violência antes e depois do clássico entre Corinthians e Palmeiras no último Campeonato Paulista – uma pessoa sem ligação com torcidas morreu baleada durante um confronto na Zona Leste.

Cadernos de contabilidade das organizadas foram apreendidos durante as buscas. A polícia não comenta o andamento desta investigação.



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