O médico da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), Ricardo Camarinha, está sob os holofotes da Polícia Federal. Funcionários da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) do escritório de Miami afirmaram em depoimentos à PF na semana passada que Camarinha era um funcionário fantasma, recebendo um salário mensal de R$ 36,8 mil sem comparecer ao trabalho na agência.
ESCOLHA DE BOLSONARO: Segundo os depoimentos, a nomeação de Camarinha foi feita por ordem direta de Bolsonaro ao então chefe da Apex em Miami, o general Mauro Cid. Funcionários da agência relataram que o militar instruiu a área de recursos humanos a contratar o médico a pedido do presidente. Esses testemunhos podem desencadear um inquérito contra Camarinha, que ainda reside nos Estados Unidos.
ACOMPANHANTE DE BOLSONARO: Camarinha ocupou o cargo na Apex de Miami de abril de 2022 até 2 de janeiro de 2023, um dia antes da posse do novo presidente da Apex, Jorge Viana. No entanto, em janeiro do ano passado, ele foi visto visitando Bolsonaro em Orlando, durante uma viagem do ex-presidente aos EUA após a vitória de Lula. Camarinha era conhecido por acompanhar Bolsonaro em viagens e internações hospitalares, tendo sido também médico da Presidência durante o governo FHC nos anos 1990.
CASO DAS JOIAS SAUDITAS: Os depoimentos dos funcionários da Apex Miami fazem parte da investigação da PF sobre o caso das joias da Arábia Saudita envolvendo Bolsonaro. A PF está averiguando se o ex-ajudante de ordens Mauro Cid utilizou a estrutura da Apex para a venda irregular de peças que Bolsonaro recebeu como presidente, pertencentes ao Estado brasileiro e não a ele.
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