A convocação que a UNESCO fez a lideranças políticas mundiais, estudiosos e pesquisadores, e também a detentores de plataformas de internet e mídias digitais, para um debate aberto e profundo em torno da necessidade de regulação desse ambiente de comunicação, parece estar alcançando o bom e necessário efeito.
Lideranças importantes de várias partes do planeta foram a Paris, ou participaram de modo remoto, todos expressando suas experiências, suas vivências e seus pontos de vista em torno dessa questão que se tornou universal.
Ao chamar pessoas influentes e experientes para esse encontro de três dias, a agência da ONU funda-se no entendimento de que a internet e suas redes surgiram para ampliar e democratizar a comunicação entre as pessoas e os povos, mas que o mau uso que delas tem sido feito, de maneira amplamente irresponsável, vem causando graves problemas à humanidade, ao acolher o boato, a mentira, a intriga, o preconceito, a desinformação e o discurso de ódio de maneira espantosa, causando, em muitíssimas circunstâncias, mais males do que benefícios.
REGULAR AS PLATAFORMAS
Daí, a necessidade de que as nações, por seus governantes e detentores de plataformas e redes, tenham o urgente entendimento de que é necessário regular esse ambiente. É salutar dar a todos o direito de voz, de manifestação, mas não é possível continuar servindo para desinformar e insistir na miserável dinâmica de substituir a verdade pela mentira, o bem pelo mal, o amor pelo ódio.
PRESENÇA DO BRASIL
O Brasil se fez representar muito bem durante o evento e se posicionou de maneira correta, através da carta do Presidente Lula, da presença do youtuber Felipe Neto em destacada mesa de debates e da fala do Ministro do STF Luís Roberto Barroso, todos confluindo para a necessária regulação do setor.
O Ministro Barroso disse que vai se formando o consenso global de que é preciso regulamentar as mídias e regular as plataformas, e de que é necessário uma lei que seja o arcabouço geral de como esse ambiente deve funcionar.
RESPOSTAS EFETIVAS
O presidente Lula, na carta encaminhada ao evento da UNESCO, disse que a comunidade internacional precisa trabalhar para dar respostas efetivas a essa questão desafiadora do nosso tempo, que precisamos de equilíbrio, que é preciso garantir o exercício da liberdade de expressão individual, mas é urgente assegurar um direito coletivo: o direito de a sociedade receber informações confiáveis, e não mentira e desinformação.
Conforme Lula, “não podemos permitir que a integridade de nossas democracias seja afetada pelas decisões de alguns poucos atores que hoje controlam as plataformas”. Para ele, o processo lançado pela UNESCO servirá para a construção de um diálogo plural e transparente. Um processo que envolva governos, especialistas e sociedade civil.
FELIPE NETO
Ao falar no primeiro dia do evento, numa mesa em que ficou ao lado da jornalista e Prêmio Nobel da Paz Maria Ressa, o influenciador digital brasileiro Felipe Neto expôs sua experiência como alvo de campanhas de ódio e defendeu claramente a regulação das gigantes digitais.
PROPOSTAS DO GOVERNO
Impossibilitado de ir pessoalmente ao evento, por conta das tragédias naturais que se abateram sobre São Paulo, o presidente Lula destacou para representá-lo o secretário de Políticas Digitais da SECOM, João Brant, que levou um documento com propostas do governo brasileiro.
Enfim, começaram a agir. E começamos a ter esperança de que é imprescindível por ordem nesse ambiente, que precisa servir mais e deixar de ser instrumento de desgraça.
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